Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Muitos paulistanos votaram cedo para aproveitar o restante deste domingo (7) ensolarado. No final da manhã, os termômetros da região do Parque Ibirapuera registravam 33 graus Celsius (ºC), o que estimulou os eleitores a passear e praticar esportes, após o cumprimento das obrigações eleitorais. A prefeitura da capital é disputada por 12 candidatos e as 55 cadeiras da Câmara Municipal são pleiteadas por 1.165 concorrentes.  

Na rodas de conversas o assunto mais comentado não poderia ser outro: as eleições. Entre amigos, o industrial Beto Bouasli, 51 anos, falava que um dos principais problemas a ser enfrentado pelo novo prefeito da cidade, que tem 11,376 milhões moradores (8,6 milhões de eleitores), é o trânsito. “São Paulo tem de melhorar em muitos aspectos, mas principalmente no transporte público. Hoje, você não anda mais na cidade [por causa do trânsito], você leva uma hora e meia para ir para qualquer lugar”, reclamou.

A aposentada Ivonny de Araújo, 83 anos, também destacou esse problema. “O trânsito está muito carregado. Não sei como, mas ele precisa melhorar muito.” Para Ivonny o voto era facultativo, assim como para todos os brasileiros com mais de 70 anos, jovens de 16 a 18 anos e analfabetos. “Mas eu quero exercer o meu direito de cidadã”, contou a aposentada. Quanto às suas expectativas sobre os novos vereadores e prefeito da cidade, Ivonny define que tem uma visão realista. “Milagre a gente não espera. Eu espero que eles cumpram pelo menos um terço do que prometeram. Falo isso com a minha vivência, com a minha idade. Já há muitos anos que venho acompanhando [os políticos]”, disse.

Também aposentado, Antônio da Silva, 59 anos, acredita que outro grande desafio para o prefeito eleito é a segurança pública. Ele mora na zona leste, região que concentra o maior número de eleitores (3 milhões). “Eu montei um bar, mas tive que fechar porque me roubavam toda semana. Espero que a nova administração aumente a segurança”, declarou.

Entre o eleitorado jovem, as expectativas para a nova administração do município estão ligadas ao futuro. Everton Lopes, 19 anos, acredita que a grande preocupação do novo prefeito deveria ser a educação. “Estudo design gráfico e gostaria que [a prefeitura] investisse mais na educação. Como estudei em escola pública, senti bastante falta do ensino de artes no ensino médio. Essa seria uma coisa que eu gostaria que mudasse, envolver mais as artes na educação”, disse.

Apesar da expectativa, o estudante mostrou-se desapontado com a política atual. “Eu procurei muito um candidato que me passasse confiança, mas não achei. Qualquer um que ganhe, não vai fazer diferença”, disse.

A comerciante Carolina Morelli, 34 anos, revelou estar mais esperançosa com o cenário político, principalmente com a possibilidade da escolha de candidatos ficha limpa. “Eu pesquisei as propostas que eles fizeram [os candidatos], li pela internet e escolhi um candidato ficha limpa. Também procurei assistir a todos os debates na televisão”, contou.

Edição: Lílian Beraldo