Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A doação de coração em casos de morte encefálica tem um aproveitamento baixo no país, segundo o cirurgião do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), Andrey Monteiro. A média é 30% de aproveitamento.
Responsável pelo Setor de Transplantes do INC, Monteiro disse que, ao menos no Rio de Janeiro, a tendência é haver uma melhora gradual, mas que, além da necessidade de campanhas para aumentar o número de doadores, é necessário um esforço maior pelos órgãos normatizadores e pelas centrais de transplante para estabelecer políticas de conscientização entre as equipes de saúde.
“Várias vezes quando chegamos nessas unidades [hospitais e serviços de emergência], o doador já está com sinais de degradação da condição cardíaca e não temos condições de aproveitar o órgão, mesmo quando a família concorda [com a doação] e após todo o protocolo de morte encefálica”, explica o cirurgião.
Para Monteiro, as equipes optam, em certos momentos, em priorizar os pacientes viáveis, não levando em conta a importância dos órgãos do doador para outros pacientes.
Nesta quinta-feira (27), celebra-se o Dia Nacional de Doação de Órgãos. O INC é referência nacional para transplantes cardíacos em adultos e crianças. Hoje, no país, há cerca de 300 pessoas aguardando doações desse órgão.
Edição: Lana Cristina