Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A presidenta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, disse hoje (21) que os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad) mostram a continuidade do processo de redução das desigualdades no país. Segundo ela, há também resultados muito positivos nas análises da escolarização do brasileiro.
Um dos resultados positivos da pesquisa, segundo Bivar, é a redução da taxa de analfabetismo. Segundo a Pnad, o percentual da população de 15 anos ou mais que não sabe ler ou escrever passou de 9,7% em 2009 para 8,6% em 2011 (queda de 1,1 ponto percentual). Com isso, o total de analfabetos no país caiu de 14,1 milhões para 12,9 milhões, no período. De 2007 para 2009, havia sido registrada queda apenas de 0,4 ponto percentual, de 10,1% para 9,7%.
“A taxa de analfabetismo vinha se reduzindo muito lentamente, mas, nesse período de 2009 a 2011, houve uma redução de quase 1 ponto percentual, o que é uma redução expressiva diante dos movimentos anteriores. Sabemos que os desafios do analfabetismo no Brasil hoje são grandes, porque dizem respeito a uma população já envelhecida que compõe, predominantemente, os analfabetos no Brasil”, disse Wasmália Bivar.
Segundo ela, no entanto, a pesquisa também aponta desafios, como a queda da taxa de escolarização dos jovens de 15 a 17 anos, entre 2009 e 2011. A proporção de adolescentes dessa faixa etária matriculados nas escolas caiu de 85,2% para 83,7% no período.
“Essa população ainda precisa de incentivos, de algum modo. Precisa de políticas mais específicas para que a permanência na escola ocorra de fato. Essa população é muito estimulada pelo aquecimento da própria economia, porque ela tem hoje acesso a um trabalho que remunera melhor do que nos anos anteriores. Então, é preciso ter uma mudança quase cultural, em que os adolescentes têm que trocar a renda de hoje por uma renda melhor no futuro, por meio da educação”, destacou a presidenta do IBGE.
A Pnad é um dos retratos mais completos da sociedade brasileira, depois do Censo. Divulgada desde 1967, a pesquisa é feita anualmente, com exceção dos anos de realização dos censos. Em 2011, foi realizada com base em visitas a 146 mil domicílios e entrevistas com 359 mil pessoas.
A partir de 2013, a pesquisa passará por modificações e terá um processo de coleta e divulgação contínuos, o que permitirá a divulgação de dados mensais e trimestrais. Com a “Pnad continuada”, o atual modelo do levantamento a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) serão extintas a partir do final do ano que vem.
Edição: Juliana Andrade
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