Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A responsabilidade dos países em políticas de segurança global em temas como crime e tráfico de drogas, conflitos armados locais ou situações de guerra, como a situação na Síria, são tema de debate na 9ª Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana, que ocorre hoje (19) no Rio de Janeiro.
Unindo autoridades sulamericanas e europeias em busca de ideias e consensos para a colaboração frente aos desafios da segurança internacional, o evento busca afinar respostas aos desafios recentes, distribuídos por diversos países e continentes, principalmente na África, e ao aumento do peso dos países asiáticos, e da China em especial, no cenário internacional.
Para o subsecretário-geral do Departamento de Operações de Paz, da Organização das Nações Unidas (ONU), Edmond Mullet, a complexidade do desafio só pode ser encarada por meio de um esforço internacional orquestrado. “Esta parceria global [países pertencentes à ONU que têm atuado em operações de paz] é o coração da manutenção de paz”, disse. Ele explicou que a instituição tem equipes em atuação em 16 regiões, nas quais atuam 80 mil militares, 30 mil policiais e 22 mil funcionários civis de diversas nacionalidades.
Para Mullet, a complexidade da manutenção da paz mostra-se em outros casos. Além da dificuldade de organizar acordos para estabelecer os esforços de manutenção de paz, não é possível chegar à paz em todas as circunstâncias. “Em alguns casos não existe paz para se manter, não há um cessar-fogo”, explicou.
Além de múltiplos, os desafios são dinâmicos, segundo o diretor do Departamento de Planejamento e Gestão de Crises da União Européia, Walter Stevens, que elogiou a cooperação brasileira nas missões internacionais, garantindo resultados positivos, como os de Timor Leste, que terá retirada a missão em seu território no decorrer de 2013, após dez anos de presença militar estrangeira. Stevens destacou ainda a importância central das missões civis para o sucesso das intervenções de segurança, independente de qual o seu foco.
O representante do Ministério da Defesa peruano, o contra-almirante Mário Sánchez Debernardi, pediu a consolidação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), alertando que o crescimento econômico da região não significa estabilidade no continente, que tem de se preocupar, principalmente, com os desafios de segurança decorrentes da atuação do crime organizado e com o peso global de nossos recursos energéticos e minerais.
Edição: Fábio Massalli