Representantes de seis países árabes cobram fim da violência na Síria

03/09/2012 - 6h34

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os representantes dos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) apelaram ontem (2) para que a comunidade internacional adote “medidas eficazes” de proteção à população da Síria, que há 18 meses sofre com a onda de violência. Eles pediram ainda que o governo do presidente Bashar Al Assad colabore com a “transferência pacífica do poder”. A estimativa é que mais de 20 mil pessoas morreram na Síria desde março de 2011.

“Pedimos que a comunidade internacional assuma suas responsabilidades e adote medidas eficazes para proteger os civis sírios”, diz o documento, assinado pelos representantes de Omã, dos Emirados Árabes Unidos, da Arábia Saudita, do Catar, Bahrein e Kuwait. “[O ideal é que ocorra] “uma transferência pacífica do poder para concretizar as aspirações do povo sírio.”

O comunicado foi divulgado após reunião em Jeddah (Arábia Saudita). No documento, os representantes do CCG dizem ainda que “denunciam o prosseguimento dos massacres devido à obstinação do regime em utilizar todas as armas pesadas, incluindo aviões e tanques”.
 
Durante a reunião, os representantes do CCG elogiaram a escolha do diplomata da Argélia Lakhdar Brahimi como novo emissário especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria. “[Apelamos ainda para que] todos os que estão no Líbano façam prevalecer o interesse nacional e impeçam as tentativas destinadas a comprometer a segurança e a estabilidade do país, envolvendo-o no ciclone da crise síria”.

Paralelamente, o governo Assad reagiu às críticas do presidente do Egito, Mohammed Morsi, que na semana passada cobrou o cessar-fogo imediato na Síria e o fim das violações e violência. O porta-voz do Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros, Jihad Makdissi, reagiu ao comentário de Morsi que classificou o governo como um “regime opressivo sírio”.

“Escutamos as palavras do presidente Morsi. Posso dizer que foram dececionantes”, disse o porta-voz. “Todos sabemos que ele tem um passado com a Irmandade Muçulmana. Mas agora é o presidente de um importante país árabe”, acrescentou. “Penso que o novo presidente egípcio ainda não está preparado [para essa função]. Com o tempo, deverá aumentar a sua dose de realismo. Esperemos que seja capaz de compreender a verdade do que se passa na Síria e adotar uma posição a esse nível.”

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Edição: Graça Adjuto