Morales exige demissão de ministro por suspeitar que ele mentiu sobre abastecimento de água

20/08/2012 - 7h03


Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Bolívia, Evo Morales, exigiu ontem (19) a renúncia do ministro do Ambiente e da Água, Felipe Quispe. Segundo Morales, o ministro mente e prejudica as ações do seu governo. O presidente disse não ter sido informado que o aeroporto internacional da cidade turística de Uyuni, em Potosi, não dispõe de serviço de abastecimento de água há mais de um ano, depois de ter sido inaugurado.

"Na semana passada, eu perguntei ao ministro se havia água. Ele me disse que havia. Esse ministro tem de renunciar”, disse Morales, acrescentando que o prefeito de Uyuni, Froilan Condori, informou que há um ano o sistema estava quebrado e que não havia água. ”É importante falar a verdade.”

A região de Uyuini, no Sudoeste da Bolívia, reúne áreas de salinas que chamam a atenção de turistas bolivianos e estrangeiros. O local, segundo as autoridades, recebe cerca de 60 mil turistas por ano. O abastecimento de água e energia é escasso.  

Durante cerimônia de inauguração da estrada Uyuni-Potosi, Morales lamentou que o aeroporto internacional esteja nas condições em que se encontra, sem água nem energia. "Esperamos que essa pequena reflexão faça as autoridades assumir responsabilidade", disse ele.

A primeira etapa do Aeroporto Internacional de Uyuni começou a funcionar há 13 meses. No total, o governo pretende investir US$ 22 milhões. Pelo menos US$ 13 milhões foram aplicados nas obras.

"Minha queixa é verdadeira", disse Morales. “Quem mente é melhor que renuncie e não prejudique as autoridades."

Para garantir o abastecimento de energia no aeroporto, Morales recomendou que a prefeitura rompa o contrato com o serviço cooperativo e passe a tratar com o Ministério de Hidrocarbonetos e Energia em conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN).

*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI.

Edição: Graça Adjuto