Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Há 100 dias no poder, o presidente da França, François Hollande, é cobrado pelos franceses para enfrentar de maneira mais ostensiva os efeitos da crise econômica internacional. Eleito em maio com 51,62% contra 48,38% do então presidente Nicolas Sarkozy, que tentava a reeleição, a vitória de Hollande ainda gera expectativas devido ao seu slogan de campanha Mudança.
Ao longo dos mais de três meses, Hollande reduziu em 30% seu salário e dos ministros, aumentou o salário mínimo e alguns benefícios sociais, assim como limitou a remuneração dos gestores de empresas públicas. Também anunciou que, a partir de 2013, os casais homossexuais poderão casar e adotar crianças.
Porém, os franceses passaram a cobrar do governo Hollande soluções para a crise que atinge principalmente os países da zona do euro. A expectativa é que o presidente francês busque alternativas para reduzir a dívida e o déficit público, além de evitar a redução da industrialização no país.
Nos próximos dias, as preocupações do governo deverão se voltar para as contas de 2013 com o desafio de enfrentar a estagnação da economia francesa e as perspectivas de recessão, conforme análise feita pelo Banco da França.
O governo reviu para baixo as previsões de crescimento econômico. A expectativa de crescimento é 0,3% contra o 0,4% previsto antes. Para 2013, deve ser 1,2% contra a previsão inicial de 1,7%. Se as estimativas do Banco da França se confirmarem, o governo terá que voltar a rever esses dados. Uma nova revisão implicará na adoção de medidas de ajustes econômico e financeiro.
Para o analista Bruno Cautrés, do Instituto de Estudos Políticos de Paris, nos primeiros cem dias do governo, Hollande tomou “medidas simbólicas.”
“Se, por um lado, ele tomou algumas decisões extremamente simbólicas, que dão a ideia que cumpre seu programa [como a redução dos salários do Executivo, reajuste do mínimo e mudanças nos benefícios sociais] , por outro, temos a sensação de que não entramos no âmago das questões de governo”, disse Cautrés.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Carolina Pimentel