Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Embora tenha se esquivado a detalhar a potencialidade da área de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, cuja descoberta foi confirmada oficialmente na noite de segunda-feira (13) pela Petrobras, o diretor de Exploração e Produção (E&P) da companhia, José Formigli, admitiu aos jornalistas que trata-se de “uma descoberta extremamente importante e significativa”.
Formigli disse que a partir da confirmação da importância da descoberta, a Petrobras vai agora revestir o poço e aprofundar as perfurações para buscar o fim do óleo. “Quatrocentos metros são muita coisa e o óleo é de muito boa qualidade, mas não adianta a coluna ter 400 metros se não apresentar uma boa permeabilidade”, disse.
O diretor da Petrobras citou o caso do campo gigante de Marlim, na Bacia de Campos, com seus 100 metros a 120 metros de coluna, para justificar a prudência com que a empresa e seus sócios no empreendimento vem tratando a descoberta.
"Martim tem 100 a 120 [metros de coluna], mas precisamos lembrar que uma coluna de petróleo tem três dimensões. E especificamente no caso de Marlim temos um 'espraiamento' [alongamento do campo] sensacional. Por isso Marlin é o que é [um dos maiores campos de petróleo do país]. Mas sem dúvida que [Carcará] é algo muito grande”, enfatizou.
Segundo nota divulgada na noite de segunda-feira (13) pela Petrobras, os novos dados obtidos com a continuação da perfuração do poço de Carcará, localizado no bloco Bacia Marítima de Santos 8 (BM-S-8) em águas ultraprofundas, no pré-sal da Bacia de Santos, confirmaram a potencialidade e a importância da jazida.
A descoberta já havia sido anunciada preliminarmente pela Petrobras no dia 20 de março deste ano e está localizada a 232 quilômetros (km) do litoral do Estado de São Paulo, em lâmina d'água de 2.027 metros.
Segundo as informações divulgadas pela Petrobras, foram coletadas novas amostras de óleo até a profundidade de 6.131 metros, que comprovaram a boa qualidade do petróleo (cerca de 31º API), em reservatório carbonáticos de excelentes características de porosidade e permeabilidade.
“Embora o poço ainda esteja em fase de perfuração dentro de uma zona de óleo a 6.213 metros de profundidade, já está confirmada uma coluna superior a 400 metros de petróleo, caracterizada principalmente por reservatórios contínuos e conectados”, diz nota da estatal.
A Petrobras é operadora do consórcio (66%) em parceria com a Petrogal Brasil (14%), Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%) e Queiroz Galvão Exploração e Produção (10%).
Para avaliar melhor a área, o consórcio dará continuidade às atividades e aos investimentos necessários, conforme previsto no plano de avaliação aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Edição: Fábio Massalli