Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que representa o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) no processo do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), é o segundo a ocupar a tribuna na sessão de hoje (13) do julgamento.
Ele vai admitir que o parlamentar, que atualmente é presidente da legenda, recebeu o dinheiro em nome do PTB, mas deve alegar que o valor foi acertado em relação à aliança para as eleições de 2004 e, não, para votar a favor do governo.
A defesa do ex-deputado justifica ainda que Jefferson não tinha conhecimento da origem ilícita do dinheiro quando fez o acordo. Em sua sustentação oral, Barbosa deve pedir ainda a inclusão do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do mensalão.
Jefferson foi quem denunciou o esquema de corrupção e compra de votos de parlamentares pelo governo. Em meados de 2005, ele detalhou a arrecadação e distribuição de verba durante uma entrevista. Na época, o ex-deputado era acusado de chefiar esquema de desvio de recursos nos Correios. Após as denúncias, ele foi cassado pela Câmara dos Deputados.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Jefferson recebeu dinheiro do esquema operado pelo publicitário Marcos Valério em troca de apoio político do PTB ao governo. Além do dinheiro ao partido, ele próprio teria se beneficiado do esquema, ficando com milhares de reais. No processo, ele responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na semana passada, Jefferson, 59 anos, foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas.
Edição: Lana Cristina