Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de estar protegido por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que garante o direito ao silêncio, o contador Rubmaier Ferreira de Carvalho, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, decidiu responder as perguntas dos parlamentares.
Ele é apontado pela Polícia Federal (PF) como o contador de empresas que serviram à organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. No depoimento, Rubmaier disse que não tem nenhum contato com Carlinhos Cachoeira. "Nunca vi esse homem", declarou perante os deputados e senadores da CPMI.
Ele também negou trabalhar para as empresas Alberto & Pantoja e Brava Construções, apontadas pela Polícia Federal como parte do esquema de Cachoeira. O nome de Rubmaier aparece como contador dessas empresas nos dados da Receita Federal.
Em relação à Brava Construções, Rubmaier disse que somente tomou as providências para a criação da empresa. "Devem ter usado meu CPF para colocar meu nome na Receita Federal", disse.
Além de figurar como contador, os telefones da empresa, de acordo com a PF, coincidem com os telefones particulares de Rubmaier. Em relação à empresa Qualix, que aparece em operações do grupo registradas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, o contador negou, primeiro, ter participação na empresa, depois disse que não falaria sobre o assunto.
Rubmaier é o segundo a depor hoje (8) na CPMI. Antes, a ex-mulher de Cachoeira, a empresária Andrea Aprígio, prestou depoimento em uma sessão que foi transformada em secreta no momento dos questionamentos dos deputados e senadores.
Edição: Carolina Pimentel