Carolina Gonçalves e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (8) que o lançamento do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais foi criado para salvar vidas, garantir que estados e municípios sofram menos impactos com os desastres naturais e evitar que as pessoas percam suas casas.
O conjunto de ações e recursos divulgados hoje pelo governo federal reúne desde prevenção e monitoramento até melhoria de condições de resposta, a exemplo de socorro mais rápido às vítimas de desastres naturais.
Foram disponibilizados quase R$ 19 bilhões, que serão investidos tanto em situações de enchentes e deslizamentos quanto de seca, que afeta o Semiárido nordestino. “A seca é ainda mais insidiosa porque é permanente”, explicou a presidenta, acrescentando o pedido para que os governos locais “acelerem, por favor, os projetos, porque os recursos já estão disponíveis”.
Dilma Rousseff destacou deficiências do passado no enfrentamento de desastres, lembrando as chuvas que afetaram a região serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, deixando 900 mortos e milhares de feridos. A presidenta lembrou o momento em que conversou com o vice-governador do estado, por telefone, para obter mais informações sobre aquele desastre natural.
Segundo a presidenta, Luiz Fernando Pezão usava um telefone de uma padaria para informar os detalhes. “Para evitar o telefone da padaria, vamos ter que ter estrutura de comunicação móvel. Parcialmente, já são feitas aqui, mas quero que sejam feitas integralmente”, disse Dilma.
O plano inclui medidas a serem implantadas até 2014, que vão desde o mapeamento das regiões de maior risco até investimentos em prevenção, monitoramento e reforço da capacidade de resposta aos desastres.
“Vivemos situações que nos impactaram e marcaram. Sou testemunha disso. Nós não poderíamos chegar a enfrentar novamente os desastres naturais de uma forma que não fosse a mais profissional possível”, disse Dilma.
“É algo que implica grande mobilização dos governos e da sociedade. Mas, sobretudo, requer planejamento”, acrescentou. A presidenta alertou que os governos precisam aproveitar melhor os recursos que têm. “Naqueles mecanismos, atividades e aspectos que não temos os recursos completos, temos que completar e providenciar obras de infraestrutura que mitiguem os riscos de enchente e deslizamento e as situações recorrentes de seca”.
A presidenta ainda acrescentou que as consequências desses desastres não precisam ser trágicas para serem graves. “Como seres humanos, não controlamos a natureza, mas somos capazes de criar mecanismos para minimizar e garantir maior resistência e ampliar nossa capacidade de fazer face a eles”, concluiu.
Durante o discurso, a presidenta falou dos Jogos Olímpicos, fazendo uma analogia entre o plano de enfrentamento dos desastres naturais e a vitória do time de vôlei feminino, na noite de ontem. Segundo ela, na juventude, jogou esse esporte e foi uma boa levantadora: “Não era grande cortadora. Hoje eu corto, mas também levanto”. Dilma Rousseff disse que espera ainda outras medalhas de ouro das equipes brasileiras que participam do evento esportivo.
Edição: Davi Oliveira
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