Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (25) que estuda mobilizar as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais para garantir a prestação de serviços diante da greve de fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ele, as atividades de competência da agência reguladora estão “absolutamente mantidas”.
Padilha ressaltou que o ministério já entrou em contato com as localidades onde o serviço de inspeção de navios foi interrompido para providenciar a liberação dos certificados. Em greve desde o último dia 16, os fiscais haviam deixado de conceder o chamado certificado de livre prática, documento que permite a entrada e a saída de pessoas a bordo dos navios e o abastecimento das embarcações.
A Justiça concedeu, nos últimos dias, pelo menos quatro decisões favoráveis à manutenção da inspeção de navios feita pela Anvisa e deve julgar mais cinco ações com o mesmo teor.
Em relação ao alto índice de casos de influenza A (H1N1) – gripe suína na Região Sul do país, Alexandre Padilha voltou a descartar risco de epidemia da doença.
“Estamos acompanhando desde o começo, passo a passo”, disse. Segundo ele, o cenário da doença no país este ano é bastante diferente da epidemia registrada em 2009, quando a população estava exposta a um vírus que jamais havia circulado na região.
Padilha lembrou que a meta este ano era vacinar 80% dos grupos vulneráveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que incluem gestantes, crianças de 6 meses a menores de 2 anos, profissionais de saúde, indígenas e idosos.
“Quando começa o inverno e a transmissão de casos, a principal ação é o uso correto e adequado do oseltamivir [medicamento para tratar gripe com nome comercial Tamiflu]”, disse, ao reforçar que o remédio deve ser administrado até 48 horas após o surgimento dos primeiros sintomas de gripe.
Para o ministro, a campanha de vacinação contra a gripe suína este ano foi feita no momento certo, já que a dose demora de uma a duas semanas para começar a fazer efeito e só protege por um período máximo de dois meses. “Não adianta começar em janeiro, fevereiro ou março. É a medicação que pode reduzir o número de óbitos e de gravidade dos casos”, concluiu.
Edição: Carolina Pimentel