Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, anunciou hoje (12) linha de crédito especial no valor de R$ 200 milhões para a aquisição de leitões ao preço de R$ 3,6 o quilo. O financiamento pode ser acessado por produtores, agroindústrias, cooperativas e varejistas, com juros de 5,5% ao ano.
O ministério informou que as dívidas de custeio vencidas ou com vencimento até janeiro de 2013 serão prorrogadas. Já as parcelas de investimento serão adiadas por um ano após o vencimento da última mensalidade.
De acordo com a pasta, para a retenção de matrizes por produtores independentes, o Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 aumentou o valor limite de R$ 1,2 milhão por produtor para R$ 2 milhões, com prazo de pagamento mantido em até dois anos e juros de 5,5% ao ano.
Também foi disponibilizada uma linha especial de crédito para compradores de suínos vivos a R$ 2 o quilo. O setor terá uma linha de crédito para financiamentos fora do sistema bancário, contraídos em cooperativas, cerealistas, fornecedores de insumos e tradings (empresas de comércio exterior).
As medidas de socorro à suinocultura já haviam sido parcialmente antecipadas pelo ministro na última terça-feira (10), após reunião com a bancada ruralista do Congresso Nacional. Durante audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado hoje, ele confirmou problemas no setor.
“Percebemos que a crise estava chegando e tentamos começar a agir, mas esbarramos em dificuldades”, explicou. Mendes Ribeiro informou que o governo da Albânia decidiu hoje reabrir o mercado de suínos provenientes do Brasil e que, ainda este mês, uma missão russa virá ao país visitar frigoríficos.
Representantes de suinocultores, entretanto, demonstraram insatisfação diante das medidas anunciadas pelo governo federal. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, Marcelo Lopes, cobrou que seja estabelecido um preço mínimo para a carne suína.
“Tenho certeza de que o ministério tem condições para isso e, se houver vontade política, seremos atendidos no dia de hoje”, disse. “Em 2011, a suinocultura entrou em crise e, desde lá, não conseguimos sequer pagar o custo”, completou, ao cobrar mais medidas do governo federal. A entidade promove hoje uma série de atividades em Brasília em defesa de melhorias no setor.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Produtores e Exportadores de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto, lembrou que o Brasil é um dos maiores produtores de carne suína em todo o mundo e disse que isso exige uma atuação forte e eficiente do Poder Público. “Infelizmente, isso ainda não temos”, avaliou.
Pouco antes do final da audiência pública, Mendes Ribeiro informou que vai receber as líderes do movimento de suinocultores às 14h30 no ministério.
Edição: Juliana Andrade
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