Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Polícia Federal (PF) apresentou hoje (11) as conclusões da Operação Tormenta, que apurou fraudes em três exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aplicados em 2009. Segundo a investigação, 152 candidatos tiveram acesso antecipado às respostas das provas, enquanto mais 1.076, mesmo sem relação com os fraudadores, “colaram” durante a avaliação.
Até o momento, 282 pessoas foram indiciadas por participação no esquema, 62 servidores públicos foram afastados ou impedidos de tomar posse e 18 pessoas tiveram os bens sequestrados. Os envolvidos respondem por formação de quadrilha, estelionato qualificado, receptação, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.
De acordo com a polícia, as fraudes são de autoria da mesma quadrilha, que conseguiu acesso antecipado às provas de seis concursos públicos entre 1994 e 2009.
Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que vai solicitar à Polícia Federal os resultados do inquérito e que vai abrir processos ético-disciplinares contra os suspeitos.
“O processo ético-disciplinar visa a estabelecer, à luz das investigações realizadas pela PF com total apoio da entidade, o grau de envolvimento e participação de cada um dos suspeitos, que estarão sujeitos, considerada a natureza da infração cometida, às sanções previstas no Estatuto da Advocacia e da OAB, respeitado o devido processo legal”, ressalta o comunicado.
As investigações da Operação Tormenta que resultaram na descoberta do esquema criminoso começaram com uma denúncia de fraude em concurso para agente da própria Polícia Federal, realizado em 2009.
Durante o inquérito, foi usado um programa capaz de rastrear desvios entre as respostas dos candidatos e apontar quais tinham mais probabilidade de terem se beneficiado das fraudes. Os suspeitos foram então alvo de outras técnicas de investigação para confirmar se estavam incluídos no esquema.
O mesmo programa permitiu identificar os candidatos que “colaram”. O Centro de Seleção e de Promoções de Eventos (Cespe), entidade organizadora do concurso, confirmou que os suspeitos identificados haviam realizado a prova nas mesmas salas, segundo a Polícia Federal.
Edição: Davi Oliveira
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