Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O estado de São Paulo registrou 11 mortes, neste ano, decorrentes de infecção pelo vírus da gripe influenza A (H1N1) – gripe suína. Os números, segundo a Secretaria da Saúde ainda estão dentro do previsto e bem abaixo dos notificados há três anos, quando ocorreu a pandemia e foram registradas 600 mortes.
“A conclusão é que não está havendo aumento no número de casos, e as mortes ocorridas estão dentro do previsto”, disse o médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, da Secretaria da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
De acordo com o Ministério da Saúde, este ano foram notificados em todo o país 449 casos, com 51 mortes. Em 2011, ocorreram 27 e em 2010, 113 mortes. A Secretaria da Saúde de São Paulo não forneceu dados sobre mortes decorrentes de infecções provocadas pelo vírus da gripe influenza A (H1N1) em 2010 e 2011.
Este ano, a secretaria registrou 53 casos graves da doença em todo o estado. No entanto, o médico ressalta que o número de infectados com o vírus Influenza H1N1 pode ser maior. “Quantas pessoas com os sintomas da gripe realmente procuram um médico? A gente tem muitos casos de pessoas que tiveram H1N1 e não procuraram o médico. Portanto não fizeram diagnóstico”.
Gorinchteyn lembra que, na atual campanha de vacinação contra a gripe em São Paulo, a população procurou menos os postos. “Tivemos adesão de 75% apenas, e nós queríamos que pelo menos 90% do grupo alvo tivessem se vacinado. Temos redes sociais divulgando que a própria vacina desenvolve a gripe, o que não é correto”, ressaltou.
No Brasil, a campanha de vacinação contra a gripe para o inverno de 2012, feita recentemente, atingiu cobertura acima de 80%, segundo o Ministério da Saúde. A produção de anticorpos contra o vírus Influenza, porém, só se inicia após duas semanas da aplicação, não garantindo a proteção imediata.
Para prevenção, o ministério orienta ações de higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro com lenço descartável. Em caso de síndrome gripal (surgimento simultâneo de febre, tosse ou dor na garganta, e ainda dor de cabeça ou dor nos músculos ou dor nas articulações), deve-se procurar um serviço de saúde o mais rápido possível.
Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou nota técnica reforçando as recomendações aos médicos, que devem prescrever antiviral oseltamivir quando o paciente apresentar o sintoma da síndrome gripal, independentemente de resultados de exames laboratoriais ou sinais de agravamento.
“Todas as pessoas que apresentarem a síndrome gripal e que fazem parte dos grupos mais vulneráveis para complicações - como as gestantes, crianças pequenas, os idosos e portadores de doenças crônicas - devem iniciar o tratamento”, diz a nota do ministério.
Em caso de agravamento da síndrome gripal, mesmo o paciente não sendo dos grupos mais vulneráveis, o tratamento com o antiviral oseltamivir deve ser iniciado com urgência. A piora na doença pode ser identificada por falta de ar, febre por mais de três dias, agravamento de sintomas gastrointestinais ou dor muscular intensa.
O ministério ressalva que grande parte da população está protegida contra o vírus, ou porque teve a infecção natural em 2009 - estima-se, segundo o ministério, que até 30% da população pode ter tido influenza do subtipo A (H1N1) - ou porque se imunizou nas campanhas de vacinação.
Edição: Davi Oliveira