Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A presidenta da República, Dilma Rousseff, disse hoje (22) que o objetivo dos chanceleres sul-americanos que viajaram ao Paraguai é tentar “criar um ambiente para uma situação menos traumática para a democracia” naquele país. Dilma disse ainda que não é possível dizer se haverá sanções ao Paraguai.
Para a presidenta, não é possível alimentar hipóteses diante de uma situação delicada como a que enfrenta o país vizinho. “Não cabe ficar fazendo ameaça por aí”. O processo de impeachment do presidente paraguaio, Fernando Lugo, foi aberto ontem na Câmara dos Deputados e deve ser decidido, ainda nesta tarde, pelo Senado.
Dilma foi cautelosa ao tratar da questão. “A atitude dos 12 chanceleres é de muito respeito pela soberania do Paraguai, mas também de muito respeito pela democracia. Para nós, seria importante uma solução negociada, ou que seja respeitado o direito à defesa”, afirmou Dilma.
De acordo com Dilma, caso os chanceleres dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) considerem que houve alguma ruptura da ordem democrática ou dos princípios elementares de Justiça, como o direito à defesa, o país poderá ser expulso de organismos multilaterais da região.
“O que torna a situação mais complicada: Lugo é presidente pro tempore da Unasul. A situação é ainda um tanto quanto mais constrangedora. Além de ser integrante da Unasul, é presidente pro tempore”, afirmou.
Segundo a presidenta, o único chanceler que não pôde se deslocar para o Paraguai foi o da Guiana. De acordo com Dilma, o fato de 12 países com posições diferentes terem tido a capacidade de agir rápido e em conjunto, em relação à crise paraguaia, mostra que a América Latina evoluiu e que hoje pode agir por si.
Edição: Davi Oliveira
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