Comunidades pacificadas da zona sul do Rio ganham projeto de urbanização do governo italiano

20/06/2012 - 17h59

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil  

Rio de Janeiro - Quatro anos após a pacificação, ocorrida em junho de 2008, as comunidades do Chapéu Mangueira e da Babilônia, no bairro do Leme, zona sul do Rio, ganharam de um país amigo um projeto de urbanização com foco na sustentabilidade.

Desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente da Itália, em parceria com a prefeitura carioca, o Programa de Restauração da Favela do Leme foi apresentado na tarde de hoje (20), no Parque dos Atletas, vizinho ao Riocentro, sede da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

O projeto prevê a reforma e a construção de casas a partir de kits ecológicos, com paredes, portas, janelas e telhados feitos de material reciclado. Além disto, são previstas a implantação de projetos de infraestrutura como internet wi-fi, escadas rolantes, praças, quadras esportivas e vários equipamentos sociais.

O programa de restauração foi concebido com base em cinco princípios: entrar, locomover-se, morar, relacionar-se e viver de forma sustentável. “É um projeto ambicioso, porém possível. Não é só a estrutura física das comunidades que muda, é o viver, o relacionar-se”, explicou o arquiteto italiano Marco Casamonti, um dos autores do projeto.

Segundo Casamonti, o ideal é que os moradores participem e se envolvam com a construção e manutenção dos espaços. “Aí, sim, teremos uma cadeia totalmente sustentável”, afirmou. No último mês de abril, o projeto foi entregue ao secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, que manifestou o interesse da prefeitura do Rio de concretizar a urbanização das duas comunidades.

Conhecido por sua vista privilegiada para as praias do Leme e de Copacabana, o Morro da Babilônia serviu de cenário, em 1959, para o filme Orfeu Negro, produção franco-brasileira que ganhou Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960.

Desde a pacificação, o interesse de cariocas e turistas em visitar as comunidades do Chapéu Mangueira e da Babilônia aumentou muito e a associação de moradores tem organizado trilhas ecológicas pelo morro e feiras de arte, entre outros eventos culturais.

Projetos ambientais também vêm sendo realizados, como o de reflorestamento, que recupera áreas de Mata Atlântica e já plantou mais de 190 mil mudas de árvores nativas.

Edição: Davi Oliveira