Lançada no Rio Plataforma Brasileira de Bioquerosene no âmbito da Rio+20

19/06/2012 - 19h27

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A União Brasileira do Biodiesel e do Bioquerosene (Ubrario) lançou hoje (19), no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a Plataforma Brasileira de Bioquerosene, com a proposta de discussão de uma política de incentivo ao uso do biocombustível na aviação.

O lançamento, que contou com a participação das organizações que assinam o Manifesto Global de Bioquerosene de Aviação, também marcou o lançamento do programa Voando Verde, Dirigindo Verde, que visa a promover o uso do biocombustível nos voos comerciais para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o lançamento da plataforma é uma iniciativa de extrema importância para o Brasil e também para o mundo. “É a celebração do encontro de um dos meios de transporte mais modernos e tecnologicamente mais avançados, que é o transporte aéreo, com o meio ambiente, e ainda o biocombustível, que é também o que há de mais avançado do ponto de vista ambiental. Então, que este lançamento aconteça no Brasil e no momento em que acontece a Rio+20 é muito simbólico e reflete aquilo que o país espera para o futuro”, avaliou Pimentel.

Na avaliação do presidente da Ubrario, Juan Diego Ferrés, em comparação a outros combustíveis fósseis, o uso do bioquerosene pode reduzir em até 80% o volume de emissões de gases causadores de efeito estufa. “Uma das metas da Internacional Air Transport Association [Iata] é a de que, até 2050, sejam cortada pela metade as emissões de gás carbônico, atualmente da ordem de 650 milhões de toneladas por ano. Esse corte representaria uma diminuição de 2% nas emissões globais de gás carbônico”.

Pimentel disse que o Brasil é o país que mais tem condições de oferecer oferta regular, estável e com preços competitivos do produto em todo o mundo. “Com essa definição da Iata, de que a aviação em todo o mundo terá que utilizar, até 2040, 50% de mistura de bioquerosene nos voos, o Brasil tem que correr para sair na frente do processo e acredito que teremos um belo futuro pela frente”.

Também na avaliação do presidente da Ubrario, o Brasil terá um papel fundamental na consolidação da energia propiciada pelos biocombustíveis. “O biqueresone é uma realidade. Não existe mais nenhum entrave tecnológico e nem social para a expansão da produção de biodiesel, uma vez que há oleaginosas que não concorrem com a produção de alimentos”.

Para o dirigente, porém, são necessárias “políticas públicas que garantam a consolidação do biocombustível na matriz energética mundial. Ele lembrou, por outro lado, que existe uma enorme demanda da aviação civil por alternativas “que mitiguem as emissões de gases causadores de efeito estufa”.

O lançamento do querosene de aviação aconteceu no Salão Nobre do Aeroporto Santos Dumont, no centro da cidade, com a chegada do primeiro voo da Gol abastecido com bioquerosene e que saiu de São Paulo com autoridades brasileiras e internacionais do setor de aviação.

Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.

Edição: Lana Cristina