Da BBC Brasil
Brasília – A única fonte de água potável da Faixa de Gaza tem nível de contaminação dez vezes maior do que o normal, impossibilitando o consumo, denunciaram hoje (14) duas organizações não governamentais (ONGs) que atuam no território palestino.
As organizações Save the Children e Ajuda Médica para os Palestinos disseram em relatório que a água, contaminada por fertilizantes e dejetos humanos, dobrou o número de crianças tratadas por diarreia nos últimos cinco anos.
Para os dois grupos, o bloqueio de Israel ao território (que controla a entrada de mercadorias, ajuda humanitária e o fluxo de pessoas, que já dura cinco anos) dificulta a entrega de muitos equipamentos sanitários que poderiam ajudar na limpeza da água. Na visão das ONGs, as restrições devem ser abolidas de forma integral.
Entre os materiais identificados na água estão nitratos e outras substâncias. Nitratos são elementos normalmente encontrados em fezes e fertilizantes e podem causar diarreia, sobretudo em crianças. O relatório diz ainda que o sistema de tratamento de esgoto em Gaza está "totalmente destruído".
"Como uma questão de prioridade urgente para o bem-estar e a saúde das crianças, Israel deve abolir o bloqueio de forma integral para permitir o livre movimento de entrada e saída de pessoas e mercadorias na Faixa de Gaza", acrescenta o documento.
O governo israelense explica que o bloqueio é necessário para impedir a entrada de armas pela costa do território, no Mar Mediterrâneo, e diz que, nos últimos meses, amenizou as restrições, permitindo a entrada de materiais para reconstruir a combalida infraestrutura em Gaza.