Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Moody's, agência de classificação de risco, rebaixou hoje (5) as notas do Banco Cruzeiro do Sul de E+ para E e manteve a perspectiva negativa. Ontem (4), o Banco Central (BC) decretou intervenção no banco, pelo prazo de 180 dias, e nomeou o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) como administrador especial temporário.
Segundo o BC, a medida foi tomada em decorrência do “descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo”. O BC esclareceu que a intervenção não afeta o andamento dos negócios da instituição, que continua funcionando normalmente e pode realizar todas as operações para as quais tem autorização.
Ontem, o FGC informou que não fez aporte de recursos no Banco Cruzeiro do Sul. E, segundo o diretor executivo do FGC, Antônio Carlos Bueno, não deverá fazê-lo. De acordo com ele, o banco não está com problema de caixa, mas de patrimônio.
De acordo com diretor executivo do FGC, Antônio Carlos Bueno, somente após uma auditoria será possível conhecer o real valor da “insubsistência” apontada pelo BC. Ele ressaltou, no entanto, que o banco está com dinheiro em caixa e com liquidez. “Quem era dono do banco, que são os acionistas do banco, perderam o patrimônio. Mas todo o dinheiro que estava ali, com os CDBs [certificados de Depósito Bancário], as carteiras de crédito, estão todas lá funcionando”, disse.
De acordo com o BC, o Banco Cruzeiro do Sul é uma instituição financeira de pequeno porte que, em dezembro de 2011, detinha ativos que representavam apenas 0,22% do total dos ativos do sistema financeiro e 0,35% dos depósitos. Está autorizado a operar com as carteiras comercial, de investimentos e de câmbio. Com operações concentradas nas duas agências de São Paulo e do Rio de Janeiro, o banco tem mais seis agências localizadas em Campinas, Salvador, Recife, Belém, Macapá e Palmas.
A Polícia Federal instaurou ontem inquérito para apurar a prática de crime de gestão fraudulenta por parte dos controladores do Banco Cruzeiro do Sul.
Edição: Lílian Beraldo