Para Firjan, queda dos juros e dólar caro ajudam no curto prazo, mas não garantem recuperação da economia

01/06/2012 - 14h36

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Na avaliação da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o crescimento de 1,7% da indústria em relação ao último trimestre de 2011, segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítstica (IBGE), apontam que, de maneira geral, o ritmo de crescimento da economia brasileira vem perdendo fôlego, apesar do crescimento registrado pelo setor industrial. 

“O desempenho da indústria foi uma notícia positiva, uma vez que a produção industrial vem repetindo sucessivos resultados negativos. Mas, o que se observa, é que o patamar de crescimento diminuiu bastante. O fator determinante para que o país volte a ter padrões de crescimento significativos são mudanças estruturais que tornem a indústria mais competitiva”, disse o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.

Para Mercês, a redução da taxa básica de juros e a desvalorização do real diante do dólar vão estimular a economia nos próximos meses, mas não serão suficientes para mudar o panorama no longo prazo. “Os impactos da redução dos juros básicos sobre a produção industrial, por exemplo, vamos perceber mais claramente a partir do segundo semestre. A recente desvalorização do real também deve dar um impulso de curto prazo, principalmente nos setores voltados para a exportação e nos que sofrem forte concorrência dos importados. Mas o que, de fato, pode aumentar a competitividade da indústria nacional é a redução dos custos de produção, o chamado custo Brasil”.

O gerente da Firjan cita que, entre os principais elementos que compõem o custo de produção, estão os gastos com energia elétrica e gás natural e despesas trabalhistas. “O Brasil tem uma das tarifas de energia elétrica mais caras de todo o mundo e a mesma coisa ocorre com o gás natural. Além disso, há outros entraves, como os 10% adicionais do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] pagos pelas empresas ao governo em caso de demissão sem justa causa que, se fossem retirados, dariam um impulso signitificativo à produção industrial”, destacou.

Edição: Vinicius Doria