Na Irlanda, eleitores decidem em referendo se querem austeridade fiscal

31/05/2012 - 9h29

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O futuro econômico da Irlanda está nas mãos de 3 milhões de eleitores, que votarão ao longo do dia hoje (31) no referendo que pergunta se deve ser aprovado um pacote de medidas de austeridade para o Orçamento do país. As medidas foram negociadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia. Em outros países, como a Grécia, a Espanha e a Itália, as medidas geraram polêmicas e protestos.

Porém, na Irlanda, os analistas dão como certa a vitória do sim. Mas, se acordo com pesquisas sobre intenções de voto, um terço dos irlandeses estava indeciso nos últimos dias. A Irlanda é o único país a submeter o pacto a referendo.

Uma vitória do não na consulta popular, segundo analistas, ameaça a aplicação do acordo aprovado por todos os países da União Europeia, à exceção do Reino Unido e da República Tcheca. Dessa forma, a Irlanda ficaria impedida de acessar os empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, que será operacional a partir de 1° de julho.

Dos cinco países europeus que sofrem com dificuldades econômicas, a Irlanda é o único que escapou da recessão no ano passado e quer repetir o esforço este ano. O desemprego chegou a 14%, afetando principalmente os jovens que emigram em massa em busca de uma oportunidade de trabalho.

Desde que receberam 85 bilhões de euros de ajuda do FMI e da União Europeia, em 2010, os irlandeses tiveram de aumentar o rigor interno. A oposição, representada pelo partido Sein Fein, ex-braço armado do Exército Republicano Irlandês (IRA), fez campanha contra a austeridade fiscal, argumentando que o pacto de rigor nas contas públicas não traz medidas de proteção social e crescimento.


*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI // Edição: Juliana Andrade