Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A empreendedora individual Elisa Paiva, designer de joias, participa este ano, pela primeira vez, do salão de negócios Rio-à-Porter do Fashion Rio, edição primavera-verão, que ocorre até amanhã (26) no Jóquei Club Brasileiro, na Gávea, zona sul da cidade. Ela e mais nove pequenos empresários do setor mostram que a economia criativa está em ascensão no Rio, disse a diretora executiva da Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do estado (Ajorio), Ângela Andrade. A participação dos pequenos ateliês cresceu 25% este ano em comparação à edição anterior.
Formada em desenho industrial, Elisa descobriu sua vocação para a confecção de joias ao concluir a universidade e fazer um curso de ourivesaria. Há cinco anos, ela se dedica à atividade. Ao participar do Projeto Joia Carioca, que a Ajorio promove em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no estado (Sebrae-RJ), a empresária busca ampliar para outros estados o número de revendedores que tem em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. “É uma oportunidade para mostrar o meu trabalho, conhecer novos lojistas e fazer novas parcerias”, disse.
A diretora da Ajorio informou que os pequenos ateliês são apoiados pelo projeto Joia Carioca. “A gente vai selecionando e preparando esses talentos para entrar no mercado formal de joias e bijuterias”, acrescentou. Segundo Ângela Andrade, a ideia é “apoiar essas pequenas empresas em duas ou três edições, nesse estande coletivo, para que depois o empreendimento siga o seu rumo sozinho.
Ela disse que está convicta de que o aumento de novas marcas no projeto, a cada edição do Fashion Rio, representa uma melhoria da competitividade no setor de joias brasileiro e fluminense. “Com certeza, porque é um trabalho que a gente já vem fazendo há cinco anos e que tem dado frutos. Muitas dessas empresas chegam informais e vamos capacitando. Algumas delas, hoje, já têm até lojas abertas. Elas vão amadurecendo, passando do atacado ao varejo, ao consumidor final, em lojas e shoppings”.
A diretora ressaltou a importância das parcerias firmadas com os serviços nacionais de Aprendizagem Comercial e Industrial (Senac e Senai, respectivamente) para capacitação e formação de mão de obra, com a Escola de Ourivesaria, e a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, no curso de pós-graduação de design de joias. “Eles (os artesãos) se formam e a gente vai suprindo essas empresas até elas virarem gente grande”, disse Ângela.
Em função do estímulo à formalização, cerca de 50 empreendedores do setor de joias do Rio estão legalizados e em expansão. O segmento fluminense de joias, pedras, bijuterias e relógios fatura cerca de R$ 1,4 bilhão por ano e emprega um contingente de 25 mil pessoas, distribuídas por toda a cadeia produtiva, informou Ângela Andrade. Segundo a Ajorio, já são mais de mil pontos de venda formalizados.
A expectativa dos pequenos empreendedores do setor nesta edição do Rio-à-Porter é ampliar as vendas em cerca de 10% a 15% em comparação à edição anterior, quando foram fechados negócios no valor de R$ 200 mil.
Edição: Graça Adjuto