Da Agência Brasil
Brasília – Dados da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro mostram que a reincidência criminal de ex-detentos no estado chega a 80%, sendo a dificuldade de entrar no mercado de trabalho o principal fator que leva à volta ao crime. Pesquisa da secretaria constatou que o índice nacional de reincidência criminal é 70%.
Em debate sobre o tema hoje (16), promovido pela secretaria, o presidente do Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela, José Carlos Brasileiro, cobrou mais apoio aos ex-detentos que saem do sistema prisional do Rio de Janeiro para que consigam uma vaga no mercado de trabalho.
De acordo com números do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cerca de 2.500 pessoas deixam o sistema penitenciário brasileiro mensalmente, após o cumprimento da pena estipulada pela Justiça.
José Carlos Brasileiro sugeriu que o Rio de Janeiro siga o exemplo de outros estados que estão empregando 5% de ex-presidiários entre os trabalhadores das obras para a Copa do Mundo de 2014. Ele considera importante o governo estadual dar uma oportunidade aos que saem dos presídios já que o preso tem um alto custo para a sociedade. "A expectativa é que as pessoas se conscientizem, porque é a sociedade quem paga. Um preso custa R$ 1.700, e um estudante custa R$ 600 por mês para o estado. Nós pagamos um absurdo para não ter nenhum lucro, nenhum benefício em cima disso?", indagou.
Segundo a superintendente de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Andréa Sepúlveda, o governo estadual estuda uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para implantar um programa de reinserção dos jovens no mercado de trabalho. "O projeto é mais amplo do que a questão do egresso [o presidiário que cumpriu a pena e sai da prisão], mas abrange, também, fazer com que os jovens encontrem os caminhos. A partir daí, fazer com que escapem de outros meios de vida que sejam menos proveitosos para eles", disse.
O Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela trabalha pela reinserção dos ex-presos no mercado de trabalho e oferece apoio às famílias dos detentos.
Edição: Lana Cristina