Da Agência Brasil
Brasília – A professora de alemão Eliana März está acampada desde quarta-feira da semana passada (9) em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, onde tenta uma audiência com o presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto. Ela pede a ajuda da Justiça brasileira para trazer a filha de 12 anos, portadora de síndrome de Down, de volta ao Brasil. A criança está na Alemanha com o pai, Johannes Josef März, de 56 anos, que é diretor veterinário do estado da Bavária.
Em janeiro deste ano, após obter a guarda da menina por uma decisão da Justiça de São Paulo, Märs a levou de volta para a Alemanha. Eliane recorreu da decisão, porém, não obteve êxito nas ações até agora. Eliane disse que já foi agredida pelo ex-marido e teme pela integridade física da filha.
“Eu tenho aqui comigo boletins de ocorrência lavrados na Alemanha nas vezes em que sofri agressões físicas por parte do meu ex-marido. Tenho comigo relatórios médicos de pediatras que comprovam a necessidade de cuidados especiais dela. Ele não se interessa com a saúde de Elena. A prova disso está registrada nos documentos que revelam a falta dele nas vezes que tentamos conversar diante das autoridades. Eu temo por minha filha."
Eliane disse que recebeu da justiça alemã 50% da guarda da filha, além do direito de viajar com ela. O ex-marido entrou com uma ação no período em que ela estava no Brasil pedindo a guarda completa da filha. Agora, ela é acusada de sequestro internacional de crianças por ter vindo para o Brasil com a filha, no inicio do ano. “Eu tenho a autorização por escrito, que me dá autoridade e que me permite viajar [com a criança], do mesmo jeito que o pai também tem este direito resguardado pelo juiz. Não entendo como posso ter sido acusada de sequestro se eu tenho em meu poder o documento que é válido até agosto de 2012”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores informou que recebeu o pedido de Eliana März e que enviará um representante ao Consulado do Brasil em Munique, na Alemanha, para visitar a menina na casa do pai e, também, na escola onde ela estuda, para informar a situação à mãe.
A assessoria de comunicação do Supremo informou não ter conhecimento do pedido de audiência que teria sido feito pela professora Eliane März. A professora informou que fez o pedido na quinta-feira (10), por e-mail. “Estou aqui na praça tentando sensibilizar os que estão lá dentro sobre o meu problema. O Brasil entregou minha filha. O Brasil vai devolver a minha filha”.
Edição: Vinicius Doria