CPMI trabalha com "plano B" caso Cachoeira não compareça para depor

14/05/2012 - 20h15

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse hoje (14) que pode alterar o cronograma de ações da comissão, caso o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não apareça para prestar depoimento.

Na semana passada, a defesa do empresário pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para ele não depor à CPMI, sem que tenha acesso amplo a todos as informações que estão em poder da comissão.

"Devo alterar [o cronograma] se ele não depuser, o plano de trabalho deverá sofrer os ajustes necessários. Não altera negativamente. O relator está com um norte muito bem posicionado. Depois dos depoimentos dos delegados, o depoimento do acusado é importante, mas, certamente, o relator já tem os planos alternativos para o caso de ele exercer suas garantias, de ficar calado ou de o Supremo decidir liberando sua presença aqui", disse o presidente.

Não há ainda uma decisão do STF sobre o assunto. O relator do habeas corpus é o ministro Celso de Mello.

Vital do Rêgo disse que caso ele não compareça, a comissão poderá apreciar as dezenas de requerimentos que aguardam discussão e votação.

"Caso ele não compareça, imediatamente eu convoco reunião administrativa, trabalhando sob uma hipótese, para não perder o dia. Votos os requerimentos com os quais estou preparando pauta. Tenho que preparar um plano B, que seria antecipar a reunião administrativa para amanhã [15]", informou o presidente da CPMI.

O pedido feito pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende Cachoeira, é uma tentativa de adiar o depoimento do bicheiro na CPMI, marcado para amanhã (15). A defesa alega que ele não teve acesso às provas e que pode recorrer ao seu direito de ficar calado durante o interrogatório. “Para decidir se fala ou se cala, ele precisa antes saber o que há a seu respeito”, destaca trecho do pedido.

Cachoeira está preso desde o dia 29 de fevereiro acusado de ligações com jogos ilegais e de coordenar uma rede de influência envolvendo políticos e autoridades.

Edição: Lana Cristina