Da BBC Brasil
Brasília – O presidente grego, Karolos Papoulias, vai dar início neste final de semana ao último esforço para tentar formar um governo de coalizão. Caso fracasse, a Grécia não terá alternativa senão convocar novas eleições.
O país passou por eleições no último domingo (6), mas nenhum dos partidos conseguiu maioria no Parlamento para formar um governo. Ontem (11), o líder do partido socialista Pasok, Evangelos Venizelos, tornou-se o terceiro político a fracassar na tentativa de formar um governo de coalizão.
Hoje (12), Venizelos encontrou-se com Papoulias e devolveu ao presidente o mandato para formação de um governo.
"Eu espero que, nas negociações com Papoulias, todos estarão mais maduros e responsáveis na sua forma de pensar", disse Venizelos. O Pasok chegou a obter o apoio do grupo de centro-direita Nova Democracia, do líder Antonis Samaras, mas não conseguiu fechar com um terceiro grupo político – que lhe daria maioria no Parlamento.
Além do Pasok, o próprio partido Nova Democracia e o esquerdista Syriza foram convidados pelo presidente a tentar formar um governo de coalizão, mas todos fracassaram na tarefa em apenas uma semana.
Os esquerdistas do Syriza rejeitam o pacote de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que exigem duras medidas de austeridade em troca por um empréstimo de 130 bilhões de euros (cerca de R$ 330 bilhões).
Ontem, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, disse que seu partido não pode apoiar qualquer coalizão que tente manter este acordo.
"A rejeição a este plano não vem do Syriza, mas nos foi dado pelo povo grego na noite das eleições. A saída com austeridade já foi rejeitada pelo povo grego no seu voto e nenhum governo pode forçar isso", disse.
Analistas dizem que o Syriza espera chegar em primeiro lugar no caso de novas eleições serem convocadas. O partido estaria liderando uma pesquisa de opinião, que indica que nenhuma sigla deve obter a maioria no caso de uma nova votação.
A Alemanha fez um apelo para que a Grécia continue na zona do euro e mantenha o pacote de austeridade.
"Para a Grécia, as consequências [de abandonar o plano e o euro] seriam muito mais graves do que para o resto da zona do euro", disse Jens Weidmann, diretor do Banco Central da Alemanha, em entrevista ao jornal alemão Sueddeutsche Zeitung.