Sociedade civil quer participar da formulação da política brasileira de cooperação internacional

09/05/2012 - 17h45

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O governo federal vai receber formalmente, durante a Cúpula dos Povos, a proposta de criação de um conselho, dentro da política externa, onde haja a participação da sociedade civil. O objetivo é desenvolver ideias que ajudem o país a estabelecer uma nova política de cooperação internacional. A Cúpula dos Povos ocorrerá paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.

A informação foi dada hoje (9) à Agência Brasil por Iara Pietrikovski, membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil na Rio+20 e uma das coordenadoras da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais (Rede Brasil).

Ela abre na noite de hoje o seminário internacional Outra Economia, Outro Desenvolvimento, Outra Cooperação: a Sociedade Civil rumo à Rio+20/Cúpula dos Povos”, que a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) promove até amanhã (10), na capital fluminense.

Iara informou que a proposta já foi apresentada à presidenta Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral mas, até agora, não teve eco nos espaços acadêmico e governamental. “Existe resistência. Não é uma coisa fácil de ser aprovada”, reconheceu. A proposta ganha importância agora, acrescentou, quando o Brasil já é a sexta maior economia do mundo e está expandindo projetos, principalmente econômicos, para a América Latina, África e outras regiões do mundo. “Isso começa a colocar a questão do papel das ONGs e do Brasil na cooperação internacional”.

Na avaliação de Iara Pietrikovski, o conselho seria uma maneira de dar a dimensão interna da política externa que, historicamente, “sempre esteve afastada do contexto interno”. Observou que o papel do Brasil hoje no contexto internacional mudou bastante. O país é um protagonista importante no mundo. Por isso, posições e critérios que o Brasil tenha aqui vão ter reflexos no âmbito internacional e vice-versa, declarou.

 

Edição: Aécio Amado