Rodovias concedidas tiveram maiores investimentos por quilômetro nos últimos oito anos, aponta Ipea

19/04/2012 - 10h31

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Entre 2003 e 2011, o valor investido por quilômetro nas rodovias concedidas passou de R$ 160 mil para R$ 254 mil. No mesmo período, esse valor nas estradas públicas federais passou de R$ 25 mil para R$ 177 mil por quilômetro. Segundo o estudo Rodovias Brasileiras: Investimentos, Concessões e Tarifas de Pedágio, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apesar de o crescimento ter sido maior nas estradas públicas, o investimento por quilômetro nas rodovias concedidas sempre foi superior ao valor aplicado nas públicas.

O principal motivo, segundo o Ipea, é a diferença na extensão das malhas. A malha rodoviária concedida, que inclui estradas federais e estaduais, representa 15.234 quilômetros, enquanto as estradas federais sob administração pública somam 57.157 quilômetros. “Portanto, mesmo que o investimento público em rodovias sendo maior que o privado (em valores absolutos) quando o dividimos pelas extensões das respectivas malhas apresenta-se uma situação inversa”, aponta o estudo.

O Ipea também concluiu que o investimento médio por quilômetro nas vias concedidas ao setor privado tende a se estabilizar, principalmente porque, após os investimentos iniciais de recuperação, essas rodovias passam a apresentar um bom padrão de qualidade. Nas rodovias federais, o investimento médio por quilômetro tende a continuar crescendo, já que cerca de 30% da malha ainda apresentam condições gerais classificadas como péssimas e ruins.

O Ipea também verificou que as tarifas médias de pedágio para sete estados brasileiros apresentam considerável variação. Minas Gerais apresentou o menor valor, com pedágio de R$ 6,46 a cada 100 quilômetros. No Rio de Janeiro foi registrado o maior valor da série, com tarifa média de R$ 12,93 por 100 quilômetros.

Segundo o estudo, as tarifas de pedágio praticadas na segunda etapa de concessões federais (2008-2009) foram 70% menor que na primeira etapa (1995-1997), principalmente por causa de diferenças no risco-país e na taxa básica de juros (Selic) das duas épocas.

 

 

Edição: Lílian Beraldo