Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale lançou hoje (18), durante manifestação no centro da capital fluminense, o Relatório de Insustentabilidade da Vale 2012, documento que procura contrapor “ponto a ponto” o relatório de sustentabilidade da mineradora.
No documento, a entidade, que é formada por cerca de 30 organizações e movimentos sociais de países onde a empresa atua, acusa a mineradora de ter se transformado na “empresa símbolo de violentos impactos socioambientais, desrespeito às leis trabalhistas e de violações de direitos humanos”.
O presidente da Associação de Moradores de Piquiá de Baixo, em Açailândia (MA), Edvard Santos, presente ao ato, atribuiu à Vale e às siderúrgicas instaladas nas redondezas do povoado os problemas de intoxicação e da baixa qualidade de vida dos moradores da região.
“Nós vivemos em uma situação de perigo e de riscos de doenças respiratórias. Moramos rodeados por seis siderúrgicas, e durante 24 horas convivemos com a chegada e a partida das locomotivas da Vale com toneladas de minérios que são despejadas nas usinas a cerca de 300 metros de nossas casas. E a Vale diz que não é responsável pelo problema, transfere esta responsabilidade para o estado e o município. Mas ela tem cumplicidade, sim, com todas essas mazelas”, disse.
Procurada pela Agência Brasil, para se posicionar sobre o documento da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, a mineradora informou, por meio de nota divulgada pela assessoria de imprensa, que recebe com respeito todas as sugestões e denúncias referentes às suas operações.
“Temos consciência de que a atividade de mineração provoca impacto e, por isso, trabalhamos em parceria com as comunidades e os governos para encontrar soluções que garantam segurança às pessoas, assim como uma convivência harmônica e saudável”.
Edição: Aécio Amado