Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - Um dos maiores expoentes da literatura cabo-verdiana, embora pouco conhecido pelo público brasileiro, o escritor Germano de Almeida convidou os brasileiros a conhecer a produção literária de seu país.
Um dos presentes no seminário A Literatura Africana Contemporânea, que integra a programação da 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, Almeida afirmou que Cabo Verde tem não só uma literatura com características próprias, mas “toda uma ciência da qual somos extremamente orgulhosos".
"Em termos de literatura, produzimos bastante e já há muitos jovens escrevendo textos agradáveis e alegres. Há um núcleo comum que nos identifica a todos e faz nos sentirmos e nos reconhecermos como cabo-verdianos", disse o escritor.
Segundo ele, existe uma dificuldade em encontrar obras de autores cabo-verdianos fora do país. O próprio Almeida, ainda que traduzido para diversos idiomas, teve um único livro lançado no Brasil.
"Não sei como está neste momento o conhecimento brasileiro a respeito de Cabo Verde, mas quando meu livro foi publicado, se conhecia muito pouco a respeito da literatura cabo-verdiana. Vendi pouco e nenhum outro livro meu foi lançado por aqui. Não critico as editoras por isso", afirmou.
Crítico das contradições existentes no seu país, seu livro O Meu Poeta é apontado como o primeiro romance legitimamente cabo-verdiano.
"Há um Cabo Verde anterior e outro posterior à independência. E esse é um processo ainda em marcha".
Cabo Verde é um arquipélago de dez ilhas localizado a cerca de 650 quilômetros da costa do Senegal, com aproximadamente de 600 mil habitantes. O país se tornou independente de Portugal em 1975.
Edição: Carolina Sarres