Emerson Penha*
Correspondente da EBC na África
Maputo, Moçambique – O presidente do Sudão, Omar Hassan Al Bashir, cancelou a visita agendada para Juba, no Sudão do Sul. A previsão da viagem era para a próxima semana. Em julho do ano passado, foi formalizada a divisão do Sudão – Sudão e Sudão do Sul. Mas os conflitos étnicos, religiosos e econômicos permaneceram. O clima na região é de guerra, como admitiu Al Bashir.
“O clima está mais para a guerra do que para a paz”, disse Al Bashir, confirmando o cancelamento da visita. Para o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, o governo de Al Bashir é responsável pelos bombardeios a várias cidades do país, principal na região, onde há reservas de petróleo.
Há relatos de conflitos entre militares dos dois países na fronteira, com troca de tiros e ataques de parte a parte. Com a independência no ano passado, o Sudão do Sul ficou com 75% das reservas de petróleo do antigo Sudão.
Porém, o Sudão do Sul não tem saída para o mar e a exportação do óleo depende de negociações com o governo do Sudão, que ficou com o controle dos portos e oleodutos. Sem acordo entre os dois governos, o Sudão do Sul não consegue exportar.
O Sudão do Sul é considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o país mais pobre do mundo, com níveis de analfabetismo acima de 80%. Há escassez de escolas públicas e não existem serviços públicos de saúde e saneamento básico. O país tem cerca de 9 milhões de habitantes. No Sudão, vivem 39,3 milhões de pessoas.
*Colaborou Renata Giraldi, de Brasília//Edição: Graça Adjuto