Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cinco militantes do Educafro, movimento que busca a inclusão de pobres e negros na educação, estão deitados em frente ao Palácio do Planalto desde o início da manhã de hoje (26). Envolvidos em correntes, eles fazem greve de fome e reivindicam atenção para ações voltadas aos negros em políticas do governo e querem ser recebidos pelo presidente da República em exercício, Marco Maia, ou representantes no Executivo.
Na pauta de reivindicações dos manifestantes, está a garantia da presença dos negros entre os contemplados com as 100 mil bolsas do programa Ciência sem Fronteiras, que tem a meta de conceder o benefício a estudantes e pesquisadores no país e no exterior até 2015. “Consideramos o Ciência sem Fronteiras um programa elitista que está mantendo a situação de exclusão brasileira”, disse Carlos Eduardo de Oliveira, que integra o Educafro.
Outro item reivindicado é a aprovação, pelo Palácio do Planalto, de uma portaria para garantir vagas aos afrodescendentes nos concursos públicos do governo federal e a regulamentação do Estatuto da Igualdade Racial.
Representantes da Secretaria-geral da Presidência se dispuseram a receber uma comissão formada pelos manifestantes. A condição, no entanto, é que eles desocupem a calçada do Palácio do Planalto. Porém, há resistência dos integrantes em deixar o local. A intenção, segundo o integrante da Assessoria de Políticas Públicas da Educafro Reinaldo João de Oliveira, é manter a greve de fome até que o encontro ocorra. O presidente em exercício, Marco Maia, está no Planalto, e até o momento, o único compromisso previsto na agenda é um despacho interno pela manhã.
Edição: Talita Cavalcante