Sarkozy classifica de tragédia nacional ataque à escola judaica na França

19/03/2012 - 11h26

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – O presidente da França, Nicolas Sarkozy, classificou hoje (19) como “tragédia nacional” o ataque à escola judaica Ozar Hatorah, na cidade de Toulouse, no Sudoeste do país. No ataque, morreram quatro pessoas – três crianças e um adulto – e duas ficaram gravemente feridas. Sarkozy disse que as autoridades francesas farão “tudo para encontrar” o autor dos disparos, que fugiu do local de motocicleta.

Ele visitou hoje a escola e fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. “São as nossas crianças. Não são só as crianças de vocês, são também as nossas”, disse Sarkozy. “No território da França não se assassinam assim crianças sem pagar pelas consequências. Hoje é um dia de tragédia nacional.”, acrescentou.

Para o presidente do Congresso Judaico Europeu, Moshe Kantor, o ataque ocorrido nesta manhã é um exemplo de crime religioso. “Tudo indica que se trata de um ataque premeditado, com a intenção de assassinar crianças judias. Quem quer que o tenha feito quer atacar a comunidade judaica no seu ponto mais fraco, sua juventude, para espalhar o medo pela comunidade”, disse.

Kantor lembrou que a história do povo judeu passa pelo combate e pela resistência. “Os judeus europeus, em geral, e os de França, em particular, têm um longo histórico de resistência ao ódio e à violência”, disse. Segundo ele, é fundamental reforçar a educação contra o antissemitismo, a intolerância religiosa e o racismo.

O subdiretor do Centro Rabínico Europeu, com sede em Bruxelas, na Bélgica, Aryeh Goldberg, cobrou das autoridades francesas uma resposta efetiva e por meio da Justiça. “Se há pessoas que querem assustar a comunidade judaica para que seja submissa, a nossa resposta será mostrar a eles que não nos dobram, pelo contrário”, disse.

Na relação de mortos no ataque de hoje estão o professor de religião Jonathan Sandler, dois filhos dele, de 3 e 6 anos, e um terceiro aluno, de 10 anos. Na semana passada, três militares foram mortos em Toulouse e Montauban. Os policiais franceses investigam a possibilidade de crime religioso.


*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Juliana Andrade