Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A três meses do início da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a taxa de ocupação da rede hoteleira do Rio de Janeiro para o período já supera 90%. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (Abih-RJ), esse patamar é o observado durante as épocas mais concorridas, como réveillon e carnaval.
Para o presidente da entidade, Alfredo Lopes, a experiência do setor nessas festas que costumam atrair um grande número de visitantes vai ajudar a rede de hotéis, pousadas entre outros a se preparar para o evento das Nações Unidas. Segundo ele, para acomodar os visitantes, também está sendo mobilizado o parque hoteleiro de cidades vizinhas.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, 45 mil pessoas deverão estar envolvidas nas discussões e na organização da cúpula.
“Poucas cidades no mundo têm parque hoteleiro disponível para eventos desse porte, até porque a capacidade instalada ficaria ociosa nas outras épocas do ano. Por isso, é normal usar a rede de cidades em um perímetro de até 120 quilômetros, como Niterói, Petrópolis e Mangaratiba”, destacou, acrescentando que além da reserva feita a pedido do Itamaraty para as delegações oficiais de outros países, será necessário acomodar os visitantes que participarão de eventos paralelos promovidos por organizações da sociedade civil.
Somente para a Cúpula dos Povos, principal evento paralelo à Rio+20, organizado pela sociedade civil global, são esperadas de 10 mil a 15 mil pessoas, entre grupos de jovens, indígenas, quilombolas e outros. Eles deverão ficar acampados em local ainda não definido. A Cúpula dos Povos vai ocorrer de 15 a 23 de junho no Aterro do Flamengo, zona sul da cidade.
“Ainda estamos em negociação com a prefeitura, porque queremos ficar acampados no próprio Aterro para não fragmentar o grupo”, afirmou Carlos Henrique Painel, membro do Comitê Facilitador Nacional Rio+20. Segundo ele, além dos acampamentos organizados, devem vir ao Rio grupos de outros países da América Latina, “que terão dificuldade de encontrar hospedagem”.
“Estamos estimulando a hospedagem solidária e solicitando a cessão de casas e ambientes para que essas pessoas possam se hospedar, porque além de faltar espaço os preços estarão nas alturas”, ressaltou.
Edição: Lílian Beraldo