Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, terá de comparecer ao Parlamento, no próximo dia 14, para esclarecer suspeitas de irregularidades no governo. Será a primeira vez, em 33 anos de história do Irã, que um presidente apresentará explicações aos 290 parlamentares. A presença de Ahmadinejad no Parlamento é resultado da pressão dos conservadores, que têm maioria na Casa.
No país, o sistema político é exercido de forma complexa e compartilhado por pelo menos três forças – a do presidente da República, a do guia supremo,que é um religioso, e a do Parlamento
Em fevereiro, o Parlamento do Irã entrou em recesso legislativo por um mês. Os deputados convocaram Ahmadinejad para uma sessão de esclarecimentos sobre a política interna do Executivo. Nela, deverão ser abordadas questões como a nomeações de autoridades e a destituição de cargos governamentais importantes.
Os conservadores cobram do presidente da República o que chamam de elementos mais leais e mudanças de posição. Eles colocam em dúvida a obediência de Ahmadinejad aos preceitos religiosos como prioridade de governo. Há ainda queixas de aumento de casos de corrupção e irregularidades.
O vice-presidente do Parlamento iraniano, Mohamed Reza Bahonar, disse ter conversado com Ahmadinejad que concordou em comparecer à sessão para prestar esclarecimentos aos parlamentares. Segundo ele, a data está garantida.
Em 2009, quando Ahmadinejad foi reeleito, a maioria do Parlamento o apoiou. Porém, no ano passado, parte dos parlamentares se afastou dele. Nas últimas eleições legislativas do dia 2, os conservadores ligados ao guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, conseguiram o maior número de cadeiras no Parlamento.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto