Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O crescimento do faturamento real das indústrias brasileiras em janeiro recuou 1,4% na comparação com dezembro de 2011. Apesar do desempenho, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a tendência para o setor é positiva para os próximos meses. Parte disso, segundo o gerente de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, se deve às medidas adotadas no ano passado pelo governo, que começam a surtir efeito.
“A nossa expectativa é de melhora gradual para os próximos meses. Os dado de janeiro são ainda ambíguos, com sinais positivos, mas também negativos, como na queda do faturamento. Houve, possivelmente, uma redução nos estoques. Isso pode significar que as empresas estejam voltando a um grau de normalidade”, disse Castelo Branco durante o anúncio dos indicadores industriais referentes a janeiro.
“Mas há medidas tomadas pelo governo no ano passado que começam a ter impacto”, lembrou referindo-se às desonerações tributárias adotadas pela equipe econômica.
“Por fim, ontem (quarta-feira, 7), com a queda mais forte dos juros, a expectativa é que tenhamos ainda quedas futuras, reduzindo o custo financeiro das empresas e estimulando a demanda por parte das famílias”, acrescentou.
De acordo com Castelo Branco, esse conjunto de ações, vindo acompanhadas de uma melhora no ambiente internacional e de soluções para os problemas fiscais da Europa, levarão as atividades da indústria “a uma gradual recuperação”.
”Mas para uma retomada mais forte, precisamos de medidas adicionais que reforcem a competitividade dos produtos brasileiros nos aspectos tributários, custo de capital, logística, desoneração de folha e de outras agendas de longo prazo como educação e inovação, que precisam de uma implementação mais efetiva e mais célere”, completou.
Os setores industriais que, segundo os indicadores da CNI, apresentaram os melhores índices de faturamento em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2011, foram os de material eletrônico e de telecomunicações (40,8% a mais), de Madeira (27,2%), papel e celulose (22,8%) e máquinas e equipamentos (17,8%), de acordo com o estudo.
O indicador de horas trabalhadas aumentou 0,3% e o de utilização da capacidade instalada subiu 0,6 ponto percentual. Segundo a CNI, a indústria operou com 81,9 pontos da capacidade instalada em janeiro (índice dessazonalizado). O emprego cresceu 0,5% na comparação com dezembro quando já havia sido registrada expansão de 0,4%.
Na comparação com janeiro de 2011, os indicadores de massa salarial (9,7%) e rendimento médio real (8,8%) intensificaram o ritmo de crescimento.
Edição: Fernando Fraga