Enviada da ONU entra em bairro sitiado da cidade síria de Homs

07/03/2012 - 18h39

Da BBC Brasil
 

Brasília – A chefe de Questões Humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU), Valerie Amos, conseguiu entrar hoje (7) no bairro de Baba Amr, em Homs, semanas após um cerco das tropas do regime do presidente Bashar Al Assad ao local. Acompanhada por equipes do Crescente Vermelho (braço da Cruz Vermelha em países de maioria muçulmana), Valerie passou uma hora no distrito sitiado.

Baba Amr foi alvo de bombardeios do regime durante as últimas semanas. Equipes de ajuda humanitária aguardavam a liberação do governo para prestar auxílio à população. O acesso foi liberado após reuniões da enviada das Nações Unidas com o chanceler sírio, Walid Muallim, que manifestou a intenção do regime de cooperar com as equipes humanitárias.

Integrantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha disseram, no entanto, que grande parte dos moradores fugiu de Baba Amr para regiões que já estão recebendo ajuda internacional.

Valerie Amos, que deve visitar outros distritos de Homs, reduto dos rebeldes sírios, vai se encontrar amanhã (8) com o chefe do Crescente Vermelho, Abdulrahman Attar, para definir as necessidades mais urgentes da população afetada.

Nos últimos dias, as tropas de Assad retomaram a região, após semanas de intensos bombardeios. Ativistas acusam o regime de cometer execuções sumárias durante o cerco.

O Exército Livre da Síria (ELS) deixou Baba Amr na semana passada na esperança de, segundo as líderes rebeldes, proteger os civis de mais atos de violência.

Grupos da oposição relataram explosões em Idlib, no Noroeste do país, e dizem temer que o regime passe a atacar o local enquanto as atenções internacionais estiverem voltadas para Homs.

Segundo ativistas, pelo menos 39 pessoas morreram em diferentes partes do país nesta quarta-feira, sendo 26 em Homs, seis em Idlib, três em Deraa e quatro em subúrbios de Damasco e Aleppo.

No fim de fevereiro, a ONU estimou em 7.500 o número de mortes na repressão do regime aos protestos que pedem a renúncia de Assad, iniciados há quase um ano.