Resultado do PIB não é tão ruim diante da crise externa, diz líder empresarial

06/03/2012 - 14h27

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Embora tenha manifestado alguma frustração com o  resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abidb), Paulo Godoy, disse que o aumento de 2,7% “não pode ser considerado ruim”, porque houve desaquecimento na economia em vários países e em regiões expressivas do comércio mundial.

Godoy lembrou que o percentual ficou ligeiramente abaixo do previsto pela Abidb (3%) e disse que foi por causa disso que a indústria cresceu apenas l,6% no ano passado. “A indústria enfrenta problemas estruturais, e  a expansão da formação bruta de capital fixo ainda é insuficiente para as pretensões do país”, afirmou.

Segundo o presidente da Abdib, só a indústria de transformação teve o segundo pior desempenho da década, com aumento de 0,1% e participação de 14,6% no PIB, muito abaixo da registrada em 2004, que foi 19,2%.

“Todo o setor industrial foi fortemente pressionado por diversas frentes, como o recuo no consumo global, principalmente nos países desenvolvidos, o custo interno de produção no Brasil, que é persistentemente elevado, e a aceleração das importações, que cresceram numa velocidade bem maior que das as exportações”, acrescentou Godoy, defendendo a adoção de medidas que aumentem a competitividade da economia brasileira.

Em nota à imprensa, Godoy ressaltou ainda que é preciso reduzir com urgência "as amarras" ao investimento para incentivar e atrair um adicional de R$ 250 bilhões de investimentos ao PIB anualmente. Para ele, o setor de infraestrutura continua com papel relevante na retomada do crescimento econômico. Segundo Godoy, mesmo tendo obtido uma das taxas de investimento mais elevadas nos últimos dez anos (19,3%), esse avanço ainda é insuficiente para o crescimento sustentado.

Ele também destacou o fato de o consumo governamental ter apresentado a segunda menor taxa de crescimento (l,9%) e disse que esse ritmo deve ser mantido para que o país possa ter espaço para reduzir a carga tributária e tornar-se mais competitivo no mercado global.

Edição: Nádia Franco