Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, ter sido menor do que o esperado pelo governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manteve o tom otimista e já prevê, para 2012, um crescimento médio próximo a 4,5%.
“O importante é que começamos 2012 com a economia se aquecendo. Isso pode ser visto pelo desempenho de novembro e dezembro. Essa trajetória continuará no primeiro e no segundo semestre de 2012, e [o crescimento do PIB] será maior do que o do ano passado, atingindo o ápice no segundo semestre de 2012, quando a economia estará crescendo mais de 5%. A média deverá ficar entre 4% e 4,5%”, disse Mantega hoje (6), durante coletiva de imprensa.
Para o ministro, 2011 foi um ano positivo para a economia brasileira, principalmente porque a geração de emprego se manteve em um bom patamar. “Podemos concluir que foi um bom ano, embora o PIB não tinha apresentado um crescimento do tamanho que esperávamos. Apesar de o [índice de] 2,7% de crescimento não ter sido tão alto, o desempenho da economia foi satisfatório porque geramos mais de 2 milhões de empregos”, avaliou.
Mantega destacou que os números só não foram melhores porque o governo foi surpreendido pela dimensão da crise econômica internacional. “Não contávamos com o agravamento da crise no segundo semestre. Se ela não tivesse acontecido, nosso crescimento seria mais próximo dos 4% do que dos 3%”.
Apesar disso, avalia o ministro, o país colheu bons resultados em relação à inflação. “Ela foi reduzida, e esse era um dos objetivos da equipe econômica.”
Segundo Mantega, as condições para o crescimento de 2012 “são positivas e estão dadas”. Para isso, o governo estuda uma série de medidas de incentivo à indústria e para a desvalorização do real. “Haverá uma ação mais forte do governo para que esse crescimento se realize, por meio de uma série de estímulos monetários e de redução de juros. O governo preparou um grande programa de investimentos que aumentará ainda mais ao longo do ano”, antecipou.
O PIB cresceu 2,7% em 2011, na comparação com o ano anterior, totalizando R$ 4,143 trilhões. Em 2010, o PIB brasileiro havia crescido 7,5%. Em termos proporcionais, o PIB brasileiro apresentou crescimento menor do que a média mundial, que ficou em 3,8%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI),
Sob a ótica da produção, a agropecuária cresceu 3,9%; a indústria, 1,6%; e os serviços, 2,7%. Sob a ótica da demanda, foram registrados crescimentos no consumo das famílias (4,1%), no consumo do governo (1,9%) e na formação bruta de capital fixo, isto é, nos investimentos (4,7%).
Em termos per capita, o PIB teve uma expansão de 1,8% em 2011. Com isso, o PIB per capita alcançou R$ 21.252, em valores correntes. Em 2010, o PIB per capita havia crescido 6,5%.
Edição: Juliana Andrade