Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A paralisação dos caminhões distribuidores de combustível pode causar desabastecimento na capital paulista. Os caminhoneiros protestam contra a proibição de circular na Marginal Tietê e em outras vias da cidade. A medida foi implantada em dezembro do ano passado, mas apenas com caráter educativo até hoje (5), quando a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começou a multar os infratores.
A marginal foi incluída na zona onde os veículos pesados de carga não podem trafegar das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta-feira. Nos sábados a interdição é das 10h às 14h.
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), Claudinei Pelegrini, os transportadores não têm condições de arcar com o aumento de custos com a mudança de percurso.
Com as interdições, a associação disse que um caminhão que vai de Barueri (SP) para São Paulo, que hoje percorre 32 quilômetros (km), passaria a rodar 143 km. “Quem vai acabar pagando a diferença desse custo é o consumidor final. É combustível a mais, pedágio a mais, horas de trabalho a mais para os caminhoneiros”, enumera Pelegrini.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto de Paiva Gouveia, com a paralisação os postos da cidade não receberam “uma gota de combustível” hoje. Ele estima que, se o movimento for normal, os estoques durem até quarta-feira (7).
Gouveia disse que vai encaminhar um ofício à prefeitura pedindo a volta das negociações com os caminhoneiros. “Não estamos pedindo nem a solução, porque não é problema que nós possamos resolver. Mas que eles pelo menos voltem à mesa de negociação”.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo, informou que os estoques das empresas de ônibus que atendem a capital paulista são suficientes para garantir o abastecimento da frota até quarta-feira (7).
Edição: Rivadavia Severo