Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Não são apenas as alterações no trânsito, com interdições ou inversões de sentido para facilitar a passagem dos carros alegóricos e a saída de blocos, que transformam o cenário do centro do Rio nestes dias de carnaval.
Em vez do terno e gravata, vestido ou tailleur, são as fantasias coloridas e criativas que tomam conta das ruas. Além disso, as preocupações com as tarefas diárias dão lugar a adereços variados, como chapéus e perucas das mais variadas cores. As largas avenidas, que durante a semana ficam repletas de gente correndo para chegar ao trabalho ou para pegar o ônibus no fim do expediente, ganham, durante os dias de folia, frequentadores dispostos a outra maratona.
A enfermeira Cátia Roberta da Silva, de 38 anos, tem na ponta da língua o roteiro dos blocos que irá acompanhar nesta terça-feira (21). Carmelitas, Cacique de Ramos, Tribo Cacuia e Bafo de Onça, relaciona ela, que ontem (20) foi ao Bloco Sargento Pimenta, no Aterro do Flamengo, e ao Volta Alice, em Laranjeiras, ambos na zona sul.
Outra foliã, a arquiteta Sílvia Capelli, de 26 anos, contou que há três anos deixou de viajar nesta época do ano. Segundo ela, que circula entre diversos blocos do centro e da zona sul, o carnaval de rua no Rio está em alta e garante a alegria de quem mora na cidade.
“A festa de rua no Rio voltou com tudo e está valendo muito a pena ficar. A brincadeira é muito boa, todo mundo em paz, sem briga, com gente bonita. É uma festa muito boa mesmo”, acrescentou, enquanto usava, junto com duas amigas, as escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa, para descansar e fazer um lanche rápido.
Na Avenida Presidente Antônio Carlos, no centro, em frente ao fórum da capital fluminense, um grupo de quatro amigos fazia sucesso com fantasias dos personagens do desenho animado Os Smurfs. Com a pele coberta por tinta azul, vestidos improvisados na cor branca e a característica touca dos duendes, o grupo foi parado diversas vezes para tirar fotos.
A estudante de biologia Rejane Seila, responsável pelo figurino, se divertiu com tanta requisição. “Todo mundo pede para tirar foto com a gente. Somos o sucesso do carnaval do Rio” disse, em tom bem-humorado. Ela, que é de Mato Grosso e se mudou há quatro anos para o Rio, diz que faz questão de passar o carnaval na cidade.
“Estou aqui há quatro anos e todo ano eu corro atrás dos blocos. Não perco por nada”, acrescentou.
Edição: Graça Adjuto