Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O clima de tensão entre produtores rurais brasileiros, chamados de brasiguaios, policiais e executivos da empresa de agropecuária Benita S.A diminuiu hoje (16) na região de Mbaracayú, distrito de Alto Paraná, na região de fronteira entre Paraguai e Brasil. Há uma semana, os brasiguaios são pressionados a deixar uma área de 1.005 hectares que ocupam devido a uma decisão judicial que dá direito à empresa a tomar posse da área.
Os agricultores brasileiros, entretanto, informaram ao Consulado do Brasil em Ciudad de Leste que conseguiram uma decisão judicial que revoga a medida anterior. De acordo com relatos dos brasiguaios ao cônsul do Brasil em Ciudad de Leste, embaixador Flávio Roberto Bonzanini, os policiais que estavam na região estão deixando o local e há sinais de retomada da normalidade.
“Vamos continuar acompanhando o assunto. É preciso manter o alerta, pois o clima naquela região é de calmaria tensa”, disse Bonzanini à Agência Brasil. “Pedimos apoio para o comando da Polícia de Alto Paraná para garantir a proteção e a integridade física dos produtores rurais. Recebemos garantias que isso ocorreria.”
A disputa de terras na região de Mbaracayú ocorreu no mesmo período em que agricultores brasileiros enfrentavam sem-terra paraguaios, chamados de carperos, também no departamento (estado) de Alto Paraná. Há três semanas, brasiguaios e carperos reivindicam a ocupação de uma área agrícola na fronteira com o Brasil.
Os conflitos entre brasiguaios e carperos obrigaram os governos brasileiro e paraguaio a manter um canal constante de negociação para evitar o agravamento da situação. No começo deste mês, o embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos, disse que há “um diálogo constante” com as autoridades paraguaias e que o “papel na embaixada e no consulado é de manter e zelar pelos interesses e segurança dos nacionais [brasileiros]”.
Edição: Lílian Beraldo