Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PP no Senado, Francisco Dornelles (RJ), disse que as greves feitas por policiais militares e bombeiros do Rio de Janeiro prejudicam a imagem do estado no cenário internacional. Para ele, a situação se agrava pelo fato de a capital fluminense sediar neste ano a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), além de jogos da Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.
O senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu que o governo federal tome a iniciativa nesse processo de estancamento das greves nos estados. Para o parlamentar, cabe à União convocar os governadores com o objetivo de encontrar mecanismos que possibilitem conceder remunerações mais adequadas aos policiais militares e bombeiros. Costa também entende que o Congresso tem responsabilidades a cumprir, como desencadear "um movimento urgente" para votar projetos na Câmara e no Senado que já preveem a proibição de greves em setores essenciais da administração pública, como segurança, saúde e educação.
O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), disse que, juntamente com outros parlamentes, avisou "por diversas vezes" o governo dos riscos de movimentos como os que ocorreram no Maranhão, na Bahia e no Rio de Janeiro. Portela acrescentou que em Minas Gerais os policiais militares e bombeiros só não entraram em greve porque o governador Antonio Anastasia antecipou-se e negociou um plano de recuperação salarial até 2014.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), acredita que os movimentos grevistas de policiais militares e bombeiros em alguns estados são demonstração clara de uma série de reivindicações "represadas" nos últimos anos. Agora, acrescentou o parlamentar, essas demandas "começaram a transbordar".
Álvaro Dias disse que os governadores têm procurado conter as reivindicações apresentadas pelos policiais militares e bombeiros sem conceder qualquer aumento real de salário. Para ele, praticamente todo o setor público está com os salários defasados.
O senador espera que na agenda do Congresso de 2012 seja incluída a regulamentação do direito de greve nos serviços essenciais. "Há setores essenciais que não podem parar, mas isso não quer dizer que não sejam promovidos movimentos legítimos e pacíficos".
Edição: Graça Adjuto e Juliana Andrade