Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil quer intensificar a pauta de exportações para a China, disse hoje (13) o vice-presidente da República, Michel Temer, logo depois da reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Pelo lado chinês, participou o vice-primeiro-ministro do país, Wang Qishan.
Segundo Temer, o Brasil quer aumentar as exportações de carne para a China. “Pudemos enfatizar o nosso interesse em aumentar as nossas exportações de carnes de aves, de carne bovina e de porco”, disse o vice-presidente. Ele informou que a questão das exportações chinesas para o Brasil, que têm crescido nos últimos meses, também foi tratada. “Também solicitamos que fosse feito, pelos chineses, um eventual dimensionamento das suas exportações para o Brasil.”
Temer disse ainda que, além das carnes, o Brasil também tem interesse em vender aviões da Embraer para a China. O mercado de aviões executivos na China é um dos que mais crescem no mundo e o Brasil tem interesse em vender os jatos Legacy da Embraer para os chineses.
Outro ponto tratado na reunião foi o Programa Ciência sem Fronteiras que prevê o envio de estudantes brasileiros para especialização no exterior. A intenção é que 100 estudantes brasileiros possam estudar na China e o mesmo número de estudantes chineses possa vir estudar no Brasil.
De acordo com o vice-presidente, os dois países querem trabalhar em conjunto na formulação de políticas no âmbito do Brics – grupo formado pelo Brasil, pela Índia, China, Rússia e África do Sul – e também no G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.
O vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, disse que seu país tem interesse em fazer mais investimentos no Brasil, principalmente, na área de infraestrutura. Os chineses também querem aumentar a cooperação na área de ciência e tecnologia, especialmente na área de nanotecnologia.
Qishan disse ainda que o Brasil e a China, “como grandes economias emergentes”, devem trabalhar para recuperar a economia mundial. Além disso, ele alertou para a questão do protecionismo que tem sido adotado por muitas economias para proteger seus mercados. “O Brasil e a China, como grandes economias emergentes, devem combater o protecionismo e reformular as regras da economia internacional”.
A próxima reunião da Cosban deverá ocorrer até o fim de 2013.
Edição: Lana Cristina