Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) deve ouvir na próxima semana o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, sobre a situação de conflito agrário que envolve agricultores e pecuaristas brasileiros que vivem na fronteira do Brasil com o Paraguai, os chamados brasiguaios. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), integrante da representação, destacou que essa é uma situação social decorrente do processo de integração do Mercosul.
"A integração dos países da América do Sul tem bônus mas, também, ônus. Esse é um dos ônus decorrentes desse processo", disse o parlamentar. O senador acrescentou que ao comprar terras nas fronteiras vizinhas do Brasil, como no Paraguai, Peru e na Bolívia, muitas vezes são contratadas mão de obra de cidadãos desses países em condições de subemprego. "Isso acaba por gerar uma série de conflitos sociais que, por vezes, são confundidos com conflitos entre governos, o que não é verdade", disse ele.
O comparecimento de Patriota servirá para que se esclareçam as ações que o governo brasileiro, em parceria com autoridades de países vizinhos, tem tomado para reduzir esses conflitos. Inácio Arruda ressaltou que, no Mercosul, já existem tratados que amparam brasileiros que ocupam áreas de fronteira.
Desde o final de janeiro, brasiguaios enfrentam a pressão dos sem-terra locais para que abandonem suas propriedades. Os sem-terra alegam que a área foi ocupada irregularmente e que deve ser objeto de reforma agrária. Os brasileiros negam a irregularidade.
Edição: Talita Cavalcante