Lucas Rodrigues*
Repórter da TV Brasil
Havana – A presidenta Dilma Rousseff deve desembarcar hoje (30) em Havana, capital cubana, por volta das 16h45 (horário local e 19h45 de Brasília). A previsão é que a agenda da presidenta só comece amanhã com um dia repleto de atividades que vão desde almoço com o presidente cubano, Raúl Castro, até homenagens a José Martí – considerado herói nos países que foram colônias espanholas por ter liderado os processos de independência.
Amanhã (31) à tarde, Dilma irá ao Porto de Mariel a 50 quilômetros de Havana – local que está sendo ampliado com o apoio de empresários e do governo brasileiros. A ampliação do porto é considerada pelas autoridades cubanas um projeto estratégico para o aumento do intercâmbio comercial de Cuba. O Brasil financia 80% das obras em um total de US$ 683 milhões.
Os cubanos planejam transformar a região portuária de Mariel em um centro industrial. Um dos projetos é a construção de uma indústria de vidros na área. O assunto foi discutido em meados deste mês quando o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi a Havana e conversou com as autoridades cubanas.
Dilma pretende concentrar as conversas no apoio do governo do Brasil à ampliação de parcerias e acordos bilaterais com os cubanos. Não foi confirmado ainda o encontro com Fidel Castro, de 85 anos, ex-presidente de Cuba que governou o país até 2008. A presidenta chega a Cuba no auge da abertura econômica do país.
Raúl Castro tem apelado para que se aprofundem os debates sobre as mudanças na economia interna e defende o que chama de “mudança de mentalidade”. Essas mudanças foram a alternativa encontrada pelo governo para tentar driblar as dificuldades causadas pelo embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde 1962.
Desde 2010, Raúl Castro instaurou um processo de abertura da economia do país. As decisões envolvem o estímulo à demissão voluntária dos funcionários públicos, a liberação de compra de automóveis e imóveis, a permissão para atividades autônomas e o incentivo à agricultura familiar.
*Colaborou Renata Giraldi, de Brasília // Edição: Lílian Beraldo