Taxa média de juros para famílias e empresas cai para 37,1% em dezembro de 2011

27/01/2012 - 10h24

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As famílias e empresas fecharam o ano de 2011 pagando juros mais baixos, segundo dados do Banco Central (BC) divulgados hoje (27). A taxa média de juros para pessoas físicas e jurídicas caiu 1,4 ponto percentual, para 37,1% ao ano, na passagem de novembro para dezembro.

No caso das pessoas físicas, a taxa média caiu 0,9 ponto percentual, no mesmo período, ao ficar em 43,8% ao ano. Segundo o relatório do BC, um dos motivos que levou à queda na taxa para as famílias foi o efeito da redução na taxa básica de juros, a Selic, que serve de referência para as demais taxas. “A retração de 1,9 ponto percentual no trimestre mostrou-se consistente com a flexibilização da política monetária e com a acomodação da inadimplência”, diz o relatório.

Em dezembro, as empresas pagaram taxa média anual de 28,2%, queda de 1,6 ponto percentual em relação a novembro. “Em dezembro, ocorreram reduções em todas as modalidades [para pessoas jurídicas], com ênfase para as quedas de 4 pontos percentuais  em desconto de duplicatas e de 1,9 ponto percentual em capital de giro”, destaca o BC.

A inadimplência, atrasos superiores a 90 dias, ficou estável para as famílias em 7,3% e para as empresas caiu 0,1 ponto percentual para 3,9%.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, apesar de ficar estável em dezembro, o 2011 fechou em patamar relativamente alto em relação a anos anteriores. A alta foi explicada pelas “condições mais restritivas”, com taxas de juros mais elevadas e prazos mais curtos para pagamento.

Entretanto, segundo Maciel, “a boa notícia” é que os atrasos de 15 a 90 dias mostram redução e isso indica que haverá redução da inadimplência. “É o indicador que antecede a inadimplência”, acrescentou. Outro fator que contribui na análise de que haverá recuo na inadimplência é o processo de redução das taxas de juros. “O mercado de crédito vem com condições menos restritivas do que foram no ano passado”.

O spread, diferença entre a taxa de captação dos recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes, caiu 0,9 ponto percentual para 33,7 pontos percentuais para as famílias. No caso das empresas, o spread caiu 1,3 ponto percentual para 17,9 pontos percentuais.

Neste mês, até o dia 16, o spread ficou estável para pessoas jurídicas e subiu 0,1 ponto percentual para as famílias. A taxa média de juros anual subiu 0,2 ponto percentual para as pessoas físicas e ficou estável para as empresas.

 

 

* A matéria foi ampliada às 13h15      //     Edição: Lílian Beraldo