Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano passado alcançaram R$ 139,7 bilhões. A informação foi dada hoje (18) pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Segundo ele, as liberações mostram estabilidade dentro “da política deliberada de moderação” do banco de fomento.
Coutinho disse que essa política de moderação foi alcançada por causa da maior participação do mercado de capitais no financiamento ao setor produtivo nacional, em 2011. “Nós cumprimos a nossa própria expectativa. Mas fizemos melhor, porque tivemos mais desembolsos para a pequena empresa, para inovação, para a chamada economia verde, com aumento da fatia das energias renováveis. Acredito que logramos os nossos objetivos. O balanço é positivo”.
Em comparação a 2010, quando os desembolsos somaram R$ 143,7 bilhões, excluindo a operação de empréstimo de R$ 25 bilhões para a Petrobras, houve redução de 17%. Coutinho ressaltou, porém, que quando se retira do desempenho de 2010 linhas para capital de giro criadas àquela época, houve crescimento em 2011 da ordem de 6% em relação às liberações do ano anterior.
Coutinho disse que a queda de 19% nos desembolsos para a indústria (de R$ 54 bilhões, em 2010, para R$ 43,8 bilhões, em 2011) ”se explica pela migração de parte das grandes empresas para o mercado de capitais”, na busca de financiamento para os investimentos.
Coutinho salientou a participação das micro, pequenas e médias empresas no desempenho do BNDES no ano passado. Enquanto essas empresas apresentaram crescimento de 9% nos desembolsos, as grandes empresas recuaram 27%. A participação das micro, pequenas e médias empresas nos empréstimos evoluiu de 24,8%, em 2007, para 35,9%, em 2011. O número dessas empresas apoiadas pelo BNDES cresceu 34% em relação a 2010, totalizando 235,9 mil no ano passado, ante 176,6 mil no ano anterior.
Em termos de transações, o BNDES registrou no ano passado o maior número de operações de sua história. Firam 896 mil financiamentos, com alta de 47% em relação a 2010, o que permitiu ampliar o acesso ao crédito da instituição, em especial pelas micro, pequenas e médias empresas.
O balanço apresentado pelo presidente do BNDES mostra aumento de 7% nos recursos liberados para a área de infraestrutura no ano passado, que subiram de R$ 52,4 bilhões para R$ 56,1 bilhões. Esse valor corresponde a 40% dos desembolsos totais do banco, no exercício.
Os desembolsos associados à chamada economia verde, que engloba atividades que substituem emissões de carbono, entre as quais projetos de energias renováveis, eficiência energética e transporte coletivo não poluente, tiveram incremento de 2% e participação de 13% no total liberado, somando R$ 18,4 bilhões, no ano passado.
Em continuidade à política de redução das disparidades regionais, os desembolsos do banco para o Nordeste brasileiro tiveram expansão de 6%, em 2011, atingindo R$ 18,8 bilhões. O número de municípios atendidos também cresceu 6% naquela região, alcançando a 1.467 cidades.
Coutinho atribuiu boa parte dessa expansão à utilização do Cartão BNDES, que contabilizou mais de 472 mil cartões emitidos para compra de máquinas e equipamentos pelas micro, pequenas e médias empresas no portal eletrônico do banco, até dezembro de 2011. “O cartão foi um fator grande de expansão das pequenas e médias empresas nas regiões menos desenvolvidas”. Os desembolsos por meio do cartão atingiram R$ 7,6 bilhões no ano passado, com aumento de 76% em comparação a 2010”.
Edição: Rivadavia Severo