Alex Rodrigues*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As fortes chuvas dos últimos dias já causam estragos em estados da Região Centro-Oeste. Em Goiás, ao menos 141 pessoas foram desalojadas desde o final de dezembro. Moradores das cidades de Luziânia, da Cidade de Goiás, de Itumbiara, Porangatu e Palmeiras de Goiás sentem os efeitos da temporada de chuvas. De acordo com a Defesa Civil estadual, pelo menos 112 construções foram danificadas.
Em Luziânia, o Rio Vermelho voltou a subir no último domingo (8), alagando ruas e casas do centro da cidade. Segundo a prefeitura, que decretou estado de emergência, 15 famílias foram desalojadas e tiveram que buscar abrigo na casa de parentes ou amigos. A prefeitura vai fornecer a essas famílias auxílio-aluguel no valor de um salário mínimo (R$ 622) por pelo menos seis meses. De acordo com a Defesa Civil estadual, 16 edificações foram danificadas e serão necessários R$ 6 milhões para reparar os prejuízos, inclusive nas construções particulares que foram atingidas.
Ontem (10), dois diretores da Agência Goiana de Transportes e Obras visitaram a cidade e discutiram a construção de ao menos duas pontes, uma na região central de Luziânia e outra na rodovia GO-010, que liga a cidade a Goiânia. Ainda de acordo com a prefeitura, uma emenda parlamentar destinando R$ 9 milhões ao município foi aprovada no final do ano passado e R$ 2,4 milhões já foram liberados e estão sendo destinados a obras de infraestrutura, como a canalização do córrego do Rio Vermelho.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, e o prefeito de Luziânia, Célio da Silveira, estão reunidos neste momento, em Brasília, com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, tratando da liberação de recursos para auxílio às vítimas e reconstrução dos danos.
A Defesa Civil estadual estima que, na Cidade de Goiás, a cheia do Rio Vermelho e do Córrego Manoel Gomes tenha provocado um prejuízo de R$ 5 milhões, afetando parte do calçadão do centro histórico, galerias pluviais e danificado duas pontes. Em Itumbiara, os prejuízos podem ultrapassar R$ 2 milhões. Já em Porangatu, onde 56 casas foram afetadas, os danos chegam a R$ 380 mil. Em Palmeira de Goiás, onde um lago transbordou danificando 35 edificações, o prejuízo estimado é de R$ 1,5 milhão.
No Distrito Federal, a Defesa Civil informou que nos primeiros dez dias de janeiro já choveu 53% do total esperado para todo o mês. Desde setembro de 2011, dez casas de várias regiões (Ceilândia, Fercal, Park Way, Sobradinho e Planaltina) tiveram de ser interditadas e 36 foram notificadas devido aos riscos decorrentes das chuvas. Vinte e cinco áreas de risco em dez regiões administrativas, identificadas em julho de 2011, estão sendo monitoradas.
Embora não haja registro de mortes, feridos ou desabrigados, a Defesa Civil informou que o volume de chuvas aumenta o risco de desabamento de muros, desmoronamento de encostas, inundações e desabamentos. O órgão alerta as pessoas a ficarem atentas ao aparecimento de trincas ou rachaduras nas paredes, nível de água subindo e à infiltração de água no solo, principalmente em terrenos acidentados.
A previsão é de que continue chovendo em todo o Distrito Federal e em Goiás até a próxima sexta-feira (13).
Em Tocantins, cinco famílias da comunidade Porto Espírito Santo, na cidade de Paranã, tiveram que ser realocadas. A prefeitura solicitou ao governo estadual o envio de cestas básicas para serem entregues a 28 famílias em situação de risco.
Em Peixe, na região sudeste do estado, cerca de 20 pessoas que vivem em ilhas em meio ao rio que abastece a Usina Peixe Angical tiveram que deixar suas casas devido à elevação do nível da água, causada pela abertura das comportas das usinas hidrelétricas de Serra da Mesa e de Cana Brava, em Goiás. Já em Ponte Alta, com a cheia do Rio Pilão, a rede pluvial se rompeu ontem (10) à tarde, abrindo uma cratera de 20 metros de largura, por 47 metros de comprimento e cerca de quatro metros de profundidade.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Tocantins, Diógenes Madeira, o órgão emitiu um alerta para as defesas civis municipais e prefeituras de toda a extensão do Rio Tocantins e colocou de plantão as equipes das cidades de Palmas, Gurupi e Araguaiana.
* A matéria foi ampliada às 13h // Edição: Lílian Beraldo